segunda-feira, outubro 23, 2006

O Concelho da Covilhã versus Desenvolvimento

É recorrente confundir-se crescimento com desenvolvimento. É recorrente pensar-se que mais empresas e mais rendimento per capita de uma região significam desenvolvimento da mesma. O crescimento só se transforma em desenvolvimento se tiver a componente humana na sua base. Só existe desenvolvimento de uma região quando a produção e a riqueza é colocada ao serviço do ser humano.

O Concelho da Covilhã, à semelhança do resto do País, vive momentos de autêntico retrocesso civilizacional.

Dizia-se, há bem pouco tempo, que se chegava à civilização quando se vivia numa urbe com emprego, com serviços de transporte, de correios, de saúde, de uma rede de água potável e de saneamento, de educação e de outros inerentes à economia e vida do ser humano (serviços bancários, de restauração, hotelaria, vestuário, etc).

Vivemos momentos de retrocesso civilizacional e da condição humana quando se assiste ao aumento de desemprego, à falência do pequeno comércio, à degradação dos transportes públicos, ao encerramento de unidades de saúde, de estabelecimentos de ensino e ao aumento incomportável dos valores e taxas de acesso a serviços e bens públicos.

A privatização das funções do Estado (quer sejam da Administração Central ou das Autarquias Locais) degrada o regime democrático e intensifica as políticas anti-sociais.

São conhecidas no nosso Concelho as falências de empresas, o encerramento de extensões do Centro de Saúde, de postos do CTT, de circuitos de transportes públicos e a tentativa do encerramento da maternidade no Hospital Central da Cova da Beira e do serviço de urgências no Hospital do Fundão.

São conhecidas as empresas que florescem à custa da entrega dos serviços públicos de água, de saneamento, ambiente e espaços verdes e de recolha do lixo, com claro prejuízo para a população que paga os serviços, as tarifas e taxas que engordam tal gente.

Também é conhecida a entrega a um grupo económico, que funciona em regime de monopólio, dos serviços de estacionamento público na cidade, de construção de habitação social no Concelho e da exploração da rede de saneamento em alta.

(Ninguém se admire que o mesmo grupo económico venha a obter a construção e exploração da barragem – Penhas da Saúde II – e os 49% da Empresa Águas da Covilhã, caso a população não consiga inviabilizar tal atentado ao património e à saúde pública)

O Governo do PS e a Câmara Municipal do PSD tudo fazem, num claro exemplo do centrão político, em eliminar e reduzir direitos através da entrega aos privados de serviços públicos.

Na defesa da água pública saliente-se a luta da maioria da população do Paul e a posição unânime da Assembleia de Freguesia de Casegas.

É tempo de se reafirmar, num grito único, que a ÁGUA É NOSSA.

Neste momento seria possível viver melhor na Covilhã se não tivéssemos um Governo do PS que diz mata e uma Câmara que nos esfola.

O Governo reduz, encerra ou permite encerrar serviços públicos e a Câmara esfola os Covilhanenses obrigando-os a pagar a educação, a cultura, o desporto, a água, o saneamento, o lixo, as rendas elevadas para habitação social, e as taxas exageradas de licenciamento da construção de habitação própria e, ainda, vende o que é de todos para financiar meia dúzia de privilegiados e alimentar toda uma estrutura politico – partidária que tem sede na Câmara Municipal.

Tudo é negócio. Os Covilhanenses são meros clientes que possibilitam as receitas que financiam actos e acções de mera propaganda e de promoção pessoal.

É possível viver melhor na Covilhã com uma nova gestão autárquica. Uma gestão que fosse frontal, coerente e mobilizadora da vontade popular na defesa dos interesses comuns.

Uma gestão que desse valor ao ser humano, assegurando um desenvolvimento sustentável, garante do futuro das novas gerações.

A actual gestão já deu o que tinha e vendeu o que ainda a Covilhã não tem.

A actual gestão já não tem respostas para os novos problemas. É, e continuará a ser, parte do problema e não, parte da solução. Acabou o seu ciclo político. Está moribunda e a estrabuchar. Não sabe ouvir a voz do povo e dos eleitos da oposição. Protesta contra tudo e contra todos. Foge ao debate, é autista.

Vamos construir a mudança necessária.