sexta-feira, outubro 24, 2008

Para além de intolerante é ..........

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Mentir é feio Sr. Presidente!!

Serra da Estrela: Autarcas negam comunicado que os coloca contra novo pólo turístico

Diversos autarcas da zona da Serra da Estrela desautorizam um comunicado segundo o qual vão tomar medidas contra o novo Pólo Turístico regional, mas que disseram à Agência Lusa não ter subscrito.


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Este documento é assinado pelo presidente da Comunidade Urbana das Beiras (Comurbeiras), Carlos Pinto, que preside à Câmara da Covilhã, e anuncia que os municípios de Almeida, Covilhã, Fundão, Figueira de Castelo Rodrigo, Manteigas, Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Gouveia, todos do PSD, "decidiram não integrar o novo pólo" por discordância com os estatutos.

Anuncia ainda que os autarcas vão pedir em tribunal a suspensão dos estatutos e que se estes não forem alterados vão criar "uma nova entidade" de promoção turística.

Apesar de defenderem alterações nos estatutos, os autarcas em causa, contactados pela Agência Lusa, não subscrevem as decisões anunciadas em seu nome e desconheciam o comunicado.

Segundo referem, as reservas quanto à composição da assembleia-geral prevista nos estatutos do novo pólo teve uma abordagem informal, à margem da última reunião da Comurbeiras, fora da ordem de trabalhos e sem deliberações.

"Houve uma conversa informal em que o presidente da Câmara do Fundão sugeriu que Carlos Pinto servisse de ponte para dialogar com o Governo e alguns municípios concordaram. Foi uma conversa, ninguém ficou mandatado. Este comunicado é abusivo", criticou o autarca de Manteigas, José Biscaia.

"Além do mais, a maioria das câmaras ainda nem deliberaram sobre o assunto", acrescentou.

"O Sabugal não tem nada a ver com esse comunicado. Se é referido, é abusivamente. Nem estivemos nessa reunião", disse Manuel Rito, presidente do município, que recusa comentar o processo do novo pólo turístico.

"Consideramos legítimo que o Governo aprove os estatutos, mesmo nós discordando de alguns aspectos", nomeadamente sobre quem tem assento na assembleia-geral, critica comum entre os autarcas em causa.

"Mas estamos dentro do pólo e queremos articular vontades", sublinhou Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso.

"Uma coisa é os autarcas concertarem posições, outra é a Covilhã anunciar uma posição e depois querer levar outros a reboque". No encontro em que esteve presente o vice-presidente da autarquia "ninguém ficou mandatado e não autorizo que se inclua Trancoso nesse comunicado", sublinhou.

"É um comunicado extemporâneo, que não devia existir", acrescentou António Ruas, autarca de Pinhel. Álvaro Amaro, edil de Gouveia, diz ter ficado "surpreendido com o teor do documento", apesar de pessoalmente manifestar "absoluta discordância" com o processo de constituição do pólo turístico.

No entanto, o executivo municipal só deve discutir o assunto "no dia 27", acrescentou.

António Ribeiro, presidente da Câmara de Almeida, defende mais diálogo antes das medidas anunciadas, como o recurso aos tribunais. "Isso deve ser um caso extremo", sublinhou.

Mais a norte, João Mourato, presidente da Câmara de Mêda, diz que não se revê no pólo turístico da Serra da Estrela, mas "por outras razões". "Porque o lugar de Mêda, em termos de turismo, é o Douro", concluiu.

Apesar de desconhecer o comunicado e remeter decisões para o seu executivo, Edmundo Ribeiro, autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, questiona o facto dos estatutos do novo pólo integrarem empresas privadas que nem sequer abrangem o concelho.

Apesar das tentativas, não foi possível ouvir o presidente da Câmara do Fundão, Manuel Frexes.Confrontado pela Agência Lusa com as queixas dos autarcas, o presidente da Câmara da Covilhã não quis prestar declarações.

RTP


Vergonhosa a atitude do autarca Carlos Pinto que se sobrepôs às opiniões dos outros autarcas em nome da Comurbeiras, mentindo à descarada para manter a sua birra com Jorge Patrão...

Não será esta uma atitude fascizante??

segunda-feira, outubro 20, 2008

Assembleia Municipal de 20 de Outubro de 2008

 

PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS/COLIGAÇÃO DEMOCRÁTICA UNITÁRIA

 Exm.o Senhor Presidente

Exm.os Senhores e Senhoras Membros da Assembleia Municipal

Exm.os  Senhores convidados e demais autoridades civis e militares presentes

Comemoramos hoje o Dia da Cidade

Comemoramos 138 anos de elevação da Covilhã a Cidade num contexto sócio – económico e financeiro mundial, de grave crise, de endividamento do município e de guerra aberta da maioria que gere a Câmara Municipal com os ambientalistas e com outras estruturas associativas.

Comemoramos 138 anos de uma cidade, sede de um Concelho, governado na base da prepotência de uma maioria, do clientelismo partidário e de interesses vários dos quais é difícil descortinar o interesse público, ou seja o interesse do Concelho.

Comemorar um aniversário é também a oportunidade para se reflectir sobre percursos, estratégias de intervenção e de desenvolvimento.

Para o PCP e seus companheiros da CDU a crise do capitalismo vem agravar as dificuldades dos trabalhadores, das micro e médias empresas, das famílias e pensionistas do nosso Concelho.

As medidas do governo visam passar o custo da crise para as populações e garantir a concentração do capital.

A dependência externa do país, os défices estruturais, a fragilidade do tecido produtivo, o défice externo (cerca de 80% do PIB), o fixismo neoliberal em matéria de défice orçamental – que outros países já aliviaram – e uma política de concentração da riqueza e de dificuldades para os trabalhadores, o tecido produtivo e as Micro-PMEs são factores que pesam negativamente na evolução da situação económica e social.

As previsões do Governo PS/Sócrates, frequentemente revistas em baixa, continuam, mesmo assim, sobreavaliadas - a situação real é bem pior do que se anuncia.

A taxa de inflação disparou da subavaliação inicial de 2,1%, para 2,6%, mas os números já existentes de 2008 indiciam que ultrapassará os 3%.

Para o PIB foi inicialmente apontado um crescimento de 2,2%, mas já é claro que o valor final será inferior a 0,8% (o mais baixo dos últimos anos) ou atingirá a estagnação (que se poderá prolongar nos próximos 2 a 3 anos).

Por outro lado a evolução das variáveis macroeconómicas (procura externa líquida, consumo interno, investimento) e a recessão dos países de destino de 70% das exportações nacionais (Alemanha, Espanha) são elementos de grande preocupação.

O Governo toma algumas medidas ditas de “combate à crise”, mas com incidência apenas no ano que vem, em período eleitoral. É o caso das migalhas nos escalões mais baixos do IRS e do 13º mês do abono de família, ou da redução do IRC das PMEs.

Recorde-se que, em Setembro de 2007, o Governo reduziu 5% na taxa de IRC para o interior, um desconto médio de 8€/mês para as PMEs do distrito.

Ninguém deu por isso.

A crise agravou-se e cresceu o número de falências.

Os juros dos empréstimos à compra de habitação estrangulam centenas de milhar de famílias e o Governo nada faz para alterar a situação.

O Governo não responde à exigência do PCP de aumento imediato de salários e pensões, de contenção dos preços dos bens essenciais, da água, luz, gás e combustíveis e de redução efectiva dos custos do crédito à habitação.

Para enfrentar a crise é urgente a ruptura com as políticas de direita do Governo PS/Sócrates.

É urgente uma política alternativa - o controlo do Estado sobre as alavancas essenciais do sistema financeiro e as grandes empresas dos sectores estratégicos da economia, a aposta no investimento, a defesa da produção nacional, o apoio às Micro-PMEs, a elevação do nível de vida dos trabalhadores, reformados e populações – um novo rumo de desenvolvimento para o país.

É neste contexto nacional que comemoramos os 138 anos da elevação da Covilhã a Cidade.

É este o ambiente sócio – económico e financeiro em que vivemos e aquelas são as nossas propostas para enfrentar a crise e caminharmos para um novo modelo de desenvolvimento.

A Cidade e o Concelho, à semelhança do País, necessita daquelas medidas e de outras de incidência local.

Uma das lições que a Cidade pode retirar da actual crise financeira é a de que é perigoso viver nos limites do endividamento e que é necessário tomar medidas face ao previsível decréscimo das receitas municipais provocado por uma redução da actividade económica concelhia.

No último número do Noticias da Covilhã, o seu Director José Geraldes, citando Richard Florida, fala-nos do conceito de cidades criativas e da teoria dos 3 Ts (Tecnologia, Talento e Tolerância).

Enquadrando o conceito nas cidades da nossa região iremos descobrir que afinal de contas todas elas têm elementos que se enquadram na teoria dos Ts.

Aplicando o conceito à nossa cidade identifica o Parkurbis, a UBI, a Faculdade de Medicina, grupos de teatro e música, que não quantifica nem identifica.

Identificou, desta forma, alguns exemplos do T de tecnologia e do T de talentos.

Significativo, para mim, foi o facto de não ter dado qualquer exemplo do T de tolerância.

E não o deu porque ela não existe no relacionamento entre quem decide na cidade e os munícipes, associações, instituições e eleitos autárquicos de outras forças políticas.

O tratamento igual de qualquer cidadão, princípio da Administração Pública, não existe. Os procedimentos administrativos e a aplicação dos regulamentos é feita de forma desigual de acordo com o local, espaço, o tempo e as pessoas.

As Juntas de Freguesia, as Colectividades e as Instituições são tratadas de forma desigual por intolerância perante as opções das populações, dos sócios e das comunidades.

Não se respeita a oposição e os seus direitos legais e procura-se condicionar a atitude, a linguagem e o acesso à informação por parte dos eleitos.

Para diminuir e reduzir a intervenção dos oponentes criam-se processos de carácter político, envolvem-nos em processos judiciais e inventam-se mentiras.

Concede-se apoio em património a uma empresa privada no ramo do ensino que envolve valores suficientes para a construção de duas ou três escolas públicas de qualidade.

Cedem-se instalações remodeladas a uma empresa e desalojam-se vários vendedores criando problemas a vários utentes do mercado municipal.

Como se não existissem outras soluções.

Tratam mal dirigentes ambientalistas e outros que deram o seu contributo à cidade e ao Concelho.

Obrigam-se as crianças e os jovens a pagar taxas e transportes no acesso à educação, ao desporto e ao lazer mas dão-se apoios e pagam-se excursões e festas a adultos com mais de 65 anos e com milhares de euros de rendimento.

Enfim um rol de intolerâncias, de incoerências e de atentados ao interesse público municipal.

Nestas comemorações dos 138 anos da elevação da Covilhã a Cidade é preciso dizer e afirmar que também aqui é necessário criar a ruptura com esta gestão da Cidade para que seja possível aplicar à Covilhã o conceito de cidade criativa.

Os desafios do futuro são muitos e diversificados que obrigam à mobilização e participação criativa de todos os Covilhanenses.

Por último, uma nota positiva.

A decisão da Câmara Municipal que inclui a homenagem ao falecido camarada Carlos Andrade é justa.

É justa porque o covilhanense Carlos Andrade dedicou a sua vida aos outros, à sua cidade e ao seu país.

Trabalhou e lutou pela valorização e melhoria das condições de vida do ser humano que, no sistema capitalista, é tratado como mero agente da produção de bens e serviços e oportunidade de acumulação de mais valias.

Entendeu, e por isso optou pela sua militância no Partido Comunista Português, que é necessário transformar a sociedade, mudar esta realidade social amarga e injusta, esta sociedade de classes, de miséria e de fome, em uma outra onde a justiça social esteja presente e o ser humano seja o objecto, se realize enquanto ser social e beneficie da riqueza produzida.

Perseguindo a sua utopia, o seu sonho, foi um, entre tantos, que com o seu esforço e o seu trabalho social, ajudou a criar as condições objectivas e subjectivas para o derrube do regime fascista. Foi um anti fascista militante.

E viveu a liberdade da sua utopia, a liberdade com que sonhava.

E participou, antes e depois do 25 de Abril de 1974, na criação de melhores condições materiais para os seus pares – operários como ele –, no movimento sindical e de melhores condições de vida para a sua comunidade na sua participação nas autarquias.

Era um homem curioso, sempre atento e aberto às novas realidades, procurando entender a sociedade e o mundo utilizando a sua experiência e a dos outros que recolhia em diálogo franco e aberto, em leituras diversificadas e na sua paixão – O cinema.

Gostava de ouvir os outros e de os questionar.

Gostava de ver, com olhos críticos, obras cinematográficas com conteúdo social e de comportamento humano diversificado.

Era um cidadão atento e interventivo que não se acomodou e que agiu, sempre, em prol do ser humano.

É justo que a comunidade reconheça o seu esforço e valorize a sua atitude inconformista perante a ausência de liberdade, perante as injustiças sociais e a sua acção de construtor de novas relações humanas.

Disse!

Assembleia Municipal, 20 de Outubro de 2008

Os eleitos da PCP/Coligação Democrática Unitária

 

 

segunda-feira, outubro 13, 2008

Assembleia Municipal de 19 de Setembro de 2008

Ao longo do período de férias fomos assistindo a coisas curiosas no nosso Concelho.

Já na Assembleia Municipal de 19 de Setembro tive a oportunidade de as salientar

Vamos a elas...

1 – O CRIME AMBIENTAL NO RIO ZÊZERE!

O que aconteceu no rio com a mortandade de milhares de peixes, no mês de Agosto, é a evidência mais clara e objectiva da falência da política ambiental desta Câmara e a demonstração prática de que a despoluição tem sido uma falácia.

É, ainda, infelizmente, o falhanço de mais um objectivo desta Câmara. O funcionamento da ETAR da Grande Covilhã e a ligação dos vários sistemas (urbanos e industriais) que continuam a poluir as linhas de água.

Ao longo do Concelho e em várias freguesias vamos encontrando exemplos de atentados ambientais provocados por inexistência ou mau funcionamento de redes e de estações de tratamento de águas residuais.

É lamentável que após vários mandatos e se ter anunciado, em diversas ocasiões, que já tínhamos concluído o ciclo das infra estruturas básicas, se verifique, com estas evidências, que tudo não passa de uma realidade virtual e de mentiras várias vezes repetidas.

Quando se aproxima o último ano do actual mandato e assistimos a este tipo de desastre ecológico, ficamos com a sensação que mais uma vez se prometeu muito e que pouco se alterou.

Logo, nota negativa, como é evidente, para o PSD e os seus eleitos na Câmara Municipal da Covilhã.


2 - PISCINAS PRAIAS

Independentemente de se encontrar ou não no Plano de Actividades e no Orçamento da Despesa e da Receita a obra Piscina Praia não me parece enquadrável no conjunto das obras prioritárias do Concelho da Covilhã.

E logo, duas, situadas no mesmo eixo, e tão próximas uma da outra. À distância de meia dúzia de quilómetros, ou seja, de meia dúzia de minutos.

Existem outros equipamentos que o Concelho carece, de primeira necessidade, em áreas de formação e também do lazer, com um período de potencial utilização superior aos dois meses das piscinas praias.

A opção, como tem sido prática desta Câmara, mais uma vez foi para o acessório, deixando de lado aquilo que em nossa opinião é fundamental, duradouro e estrutural (e inexistente na Covilhã e no Concelho), ou seja, a construção de  uma piscina moderna e de um pavilhão desportivo anexo.

É nossa opinião, enquadrável numa estratégia de desenvolvimento, e num contexto de dificuldades financeiras reais, que o acessório pode esperar e que o esforço financeiro se deverá concentrar no que é estrutural.

Apesar de medida simpática e de mera obra de lazer, a Câmara Municipal consegue, através das taxas aplicadas, continuar a discriminar os adultos e jovens com menor capacidade financeira.

Em vez de atenuar diferenças sociais e aproximar gerações, persiste em aplicar taxas que deixam de fora um elevado número de famílias e de jovens.

Consegue, ainda, aplicar taxas sem a aprovação desta Assembleia Municipal, onde até o guarda - sol era pago e a merenda de qualquer jovem ou família era proibida.

A Câmara Municipal da Covilhã, enquanto entidade de interesse público, desrespeitou a Assembleia Municipal e comportou-se como um operador privado na área do lazer.

Pelas razões atrás referidas só podemos dar uma nota negativa aos procedimentos adoptados pela Câmara Municipal na construção e gestão pública deste equipamento.


3 - PORQUE NÃO APARECE A CÂMARA NAS REUNIÕES COM O Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB)  SOBRE O  PLANO DE ORDENAMENTO DA SERRA DA ESTRELA?

O que leva os técnicos daquele Instituto a aconselhar os interessados a consultar o Plano de Urbanização, elaborado pela Câmara, que já recebeu o parecer favorável de 14 entidades?

Perante as críticas dos utentes, porque razão afirmam que só lhes compete acompanhar a aplicação do Plano de Urbanização?

Será que o conflito se encontra nas opções do Plano ou no facto de existir uma entidade que acompanha a aplicação do mesmo?

Será que a Câmara Municipal quer o Plano aprovado mas não aceita a supervisão da sua execução?

A Assembleia já se pronunciou sobre este Plano?

É possível ter acesso ao mesmo e conhecer os pareceres das 14 entidades?

Aqui fica, desde já, o pedido formal dos documentos! Espero a sua entrega pela Câmara Municipal.

Em relação às Penhas da Saúde ouve-se:

Dos técnicos do ICNB que é necessário requalificar e que os utentes devem consultar o Plano de Urbanização;

Dos utentes das casas das Penhas da Saúde ouve-se a concordância com a necessidade de uma intervenção no sentido da requalificação mas que é necessário “atender às pessoas que lá estão”.

A Câmara afirma que as casas vão continuar e que serão  “regeneradas” e que as pessoas têm que ser salvaguardadas.

Afinal de contas o que está em jogo?

O que querem dizer uns com a requalificação e outros com a regeneração?

Porque razão a Câmara não aceita o facto de que é necessário partilhar competências? Discutir opções ? E respeitar as competências dos outros?

Porque razão a Câmara continua autista?

O Plano de Urbanização, de 2006, apresentado pela Câmara, que já obteve o parecer favorável de 14 entidades, não agrada à Câmara Municipal?

Ou será que o Plano de Urbanização, da responsabilidade da Câmara, já contempla a requalificação/regeneração e a consequente demolição de casas e por esse facto, afirmam os técnicos, os utentes/proprietários devem consultar o Plano?

Pela nossa parte é defensável a requalificação e ordenamento urbanístico das Penhas da Saúde.

Estamos a tratar de uma núcleo urbano de habitação de lazer, de tempos livres, de férias e de negócio (as casas são alugadas), estamos a tratar de uma zona que é procurada pelos seus efeitos terapêuticos e de prevenção de doenças, logo de valor acrescentado.

Estamos a tratar do núcleo urbano “invadido” pelos menos abastados que, ao longo dos anos, e de muito esforço, querer, e desenrascanço construíram o seu espaço, para usufruir e beneficiar dos efeitos do ar em altitude.

É necessário, com os utentes, com transparência e verdade, encontrar soluções que requalifiquem aquele espaço urbano que só tem sentido se for vivido e se o ser humano beneficiar dele sem o adulterar.

Para isso é preciso diálogo sério, partilhando intenções, preocupações e anseios com os diferentes intervenientes.

Como a Câmara Municipal não tem tido este procedimento irá ter neste item, também, uma avaliação negativa.


4 -A PECULIAR LEGALIZAÇÃO DE CONSTRUÇÕES CLANDESTINAS. CASO VERIFICADO NO PAUL.

Pois é!
Tudo é possível.

Existe sempre solução para tudo.
Em situações anteriores e, pelo que conheço, ainda existem situações no presente, onde os proprietários de habitações clandestinas pagam multas e a Câmara exige a sua demolição se houver prejuízos para o interesse público, para terceiros ou se for mera “birra” do Presidente ou Câmara Municipal.

Para outros a multa e uma declaração.

Como é possível a dualidade de critérios?
Como se enquadra este tipo de legalização na Lei geral, no PDM e no Regulamento de licenciamento de edificações urbanas?

Bom.

Vamos ao caso concreto, que pode ser consultado no Boletim Municipal de 26 de Junho de 2008.

O proprietário é membro da Assembleia de Freguesia do Paul, eleito pela lista do PSD ou de listas independentes promovidas e apoiadas pelo PSD, à largos anos e em diferentes mandatos.

Assim, com a sua larga experiência e conhecimentos obtidos na construção civil e vida social e política, encontrou um meio de resolver o seu problema.

Ainda bem que o resolveu.
A casa agora legalizada situa-se em zona de Reserva Agrícola Nacional e em Zona de Cheia e Zona Inundável  junto à ribeira da Erada, margem direita, no troço junto à EB do 2º e 3º Ciclos do Paul.

A Câmara Municipal legalizou a construção aplicando uma coima de 1000 Euros e o proprietário da habitação passou uma declaração “ de ónus real, em conforme não pedirá qualquer indemnização à Câmara em caso de ser obrigado a demolir a construção”

Esta forma de legalização será extensível a todo e qualquer cidadão?

É este o procedimento adoptado para todas as situações existentes de construções ilegais no Concelho?

Se o procedimento é legal no caso em apreço, então, todo e qualquer cidadão em situação semelhante tem o direito de pedir o mesmo tratamento da Câmara Municipal.

Criou-se o precedente e o procedimento administrativo para a legalização de toda e qualquer construção clandestina.

De forma original e inédita no nosso Concelho.

Damos nota positiva ao Executivo pela sua originalidade e pela criação de um procedimento administrativo inédito.

Continuaremos a dar nota positiva, porque não entendemos de outra forma, se verificarmos que o procedimento é igualmente aplicável a todo e qualquer cidadão em situação semelhante, independentemente da raça, sexo, religião e opção política.

5 – ABERTURA DO ANO ESCOLAR

Como profissional do ensino em funções de gestão administrativa, eleito pela comunidade educativa, gostaria de aqui registar alguns breves apontamentos:

No primeiro dar nota positiva à Câmara Municipal por não ter entrado no engodo do Governo quanto à transferência de competências, ao nível de pessoal não docente e instalações e equipamentos das  EB do 2º e 3º Ciclos.

Por razões de princípio genérico somos defensores que qualquer competência delegada deverá ser acompanhada com o necessário apoio técnico e financeiro.

Por outro lado, por conhecimento profissional e politico - partidário, a delegação de competências nem sempre significa mais investimento, melhor gestão, mais transparência, mais eficácia e eficiência.

Significa, isso sim, e bastas vezes, a inserção de uma estrutura ou organização de interesse comum e público na lógica perversa dos jogos de interesses e de influências políticas a nível local.

No segundo apontamento quero referir o facto da Câmara Municipal em negociação com a Direcção Regional de Educação do Centro encerrarem escolas (caso da Terra da Senhora em Unhais da Serra e em Peraboa) e transformarem outras em meras salas de apoio de futuros Centros Educativos, inexistentes, em diversas freguesias, encerrando-as de facto porque deixam de ter existência institucional.

No terceiro apontamento salientar a politica perversa perseguida pela Câmara Municipal em relação ao Ensino Pré – Escolar, nomeadamente quanto à Componente de Apoio à Família (CAF). Em vez de apoio, o que se verifica é a exploração das famílias. A Câmara Municipal pretende financiar a CAF à custa das famílias não abrangidas por qualquer escalão de apoio social impondo valores iguais aos praticados por instituições particulares. É inadmissível que a Câmara, apesar do financiamento do Ministério da Educação, para as auxiliares de acção educativa e refeições, penalize as famílias com comparticipações diárias de 3 Euros.

No quarto apontamento sublinhar que as Escolas do 1º Ciclo continuam abandonadas ao nível do material didáctico e pedagógico e que apesar do programa de instalação de equipamentos informáticos não existe uma assistência atempada e adequada.

Neste nível de ensino assumiu a Câmara as Actividades de Enriquecimento Curricular que são desenvolvidas em escolas com carência de material didáctico, equipamentos e espaços adequados para a prática da actividade físico – motora. É uma vergonha e um atentado à formação dos jovens ao nível da sua higiene e saúde.

Assumiu ainda, o programa do fornecimento de refeições. Contudo, quer para as AECs quer para este serviço é necessário o acompanhamento de adultos que a Câmara não contrata ou que solicitando, às Juntas de Freguesia a sua contratação, não transfere para as mesmas os meios financeiros atempadamente. Criando dificuldades às mesmas.

Aproveito a oportunidade para enaltecer a atitude positiva de colaboração activa da maioria das Juntas de Freguesias da área do Agrupamento de Escolas do Paul.

Neste nível de ensino é de salientar, ainda, a disponibilidade dos funcionários da Câmara Municipal na procura de soluções para os diferentes problemas que lhes são colocados.

Contudo, o mesmo não poderei dizer dos decisores políticos que negam e recusam o apoio a visitas de estudo, o apoio no transporte de crianças deficientes a actividades formativas e de desenvolvimento, ou que negam o direito de escolha dos pais ao nível dos serviços a prestar aos seus filhos.

É a revolta que se instala.

É a indignação pelo facto de se assistir ao apoio, em milhares de Euros a clubes de futebol, a festas pimba e a streapteses para motares, a pagamento de viagens e a festas de adultos seniores com rendimentos superiores ao ordenado mínimo nacional, e outros…. Outros….apoios…. e financiamentos de duvidosa utilidade…

Porquê?

Porque as crianças  não votam?

Porque não serão os cidadãos do futuro deste Concelho?

No quinto apontamento queria registar que, apesar de ter solicitado nesta Assembleia a reavaliação das taxas aplicadas, a Câmara continua a aplicar aos Agrupamentos e Escolas Secundárias do Concelho taxas ao nível do consumo de água exageradas, o que inviabiliza o lançamento de outros projectos e apoios aos alunos.

Como sexto apontamento só queria referir o grande insucesso obtido pela operação relativa ao Colégio Internacional esperando que o donativo de 17.000 m2, no valor de milhões de Euros, feito pela autarquia, tenha possibilidades de reversão para o património municipal. Caso contrário, poderá constituir-se como o maior escândalo concelhio dos últimos tempos.