segunda-feira, dezembro 13, 2010

A.M de 10 DEZ 2010 - Regulamentos de Água, Águas Resíduais e Lixo

Intervenção
da CDU sobre a Proposta de Regulamentos Municipais de Resíduos Urbanos, Higiene
e Limpeza Pública, Águas Residuais e Sistema de Abastecimento de Água do
Concelho da Covilhã


Exmos
Senhores


O abastecimento de água e o saneamento de águas
residuais, a recolha de resíduos, a higiene e a limpeza pública são serviços
públicos essenciais, indispensáveis ao bem- estar dos cidadãos, à coesão
territorial e social e ao próprio desenvolvimento económico.


O acesso à água e ao saneamento é hoje reconhecido
pelas Nações Unidas como um direito humano fundamental – juntando-se assim aos
outros direitos humanos fundamentais inscritos na Declaração Universal de 1948,
documento que celebra hoje mais um Aniversário.


É pois na perspectiva da universalização de acesso a
estes serviços e da garantia do seu exercício entendido como responsabilidade
colectiva, que defendemos a manutenção destes serviços sob propriedade e gestão
pública sem fins lucrativos tendo como objectivo central a melhoria dos
serviços e o bem estar comum das actuais e das futuras gerações.


No entanto, tem sido outra a política prosseguida pela
maioria PSD na Câmara Municipal da Covilhã, assente numa desvalorização do
carácter público destes serviços em benefício de uma estratégia de
empresarialização e privatização, visível no escandaloso aumento dos tarifários
crescentemente subordinados à maximização dos lucros.


E é sobretudo a visão empresarial, de mercado do lixo
e da água que sobressai em grande medida dos Regulamentos propostos, que assim
assumem como principal função a de proteger e garantir a rentabilidade do
negócio.


É assim no Regulamento dos Resíduos Urbanos, Higiene e
Limpeza, que prevê objectivamente a privatização das actividades (artº 3, ponto
2), enquanto o regime tarifário é remetido para o âmbito decisório da ADC, ou seja,
permitindo o agravamento dum tarifário injusto e penalizador e a absurda
indexação de tarifas variáveis de resíduos sólidos ao consumo de água; além de
declarar guerra aos estendais de roupa, aos murais, limpeza de varandas,
terraços e janelas (artº 48º).


É assim no
que diz respeito ao Regulamento de Águas Residuais, cujo regime tarifário,
brutalmente aumentado no passado mês de Julho, continuará a ser decidido pela
ADC, não se prevendo nenhuma isenção, redução de tarifas, nem sequer, como
fazem algumas entidades gestoras aos utentes a que ainda não seja possível a
ligação ao sistema público de drenagem de águas residuais, o tratamento
gratuito de efluentes, equivalente por exemplo a dois despejos anuais das suas
fossas sépticas;





Pelos
vistos, o pagamento das tarifas varáveis de saneamento continuará a ser
calculado como se toda a água que consumimos em casa, mas não só, fosse água
residual, o que não é verdade;





O
regulamento também não prevê que os particulares possam executar os ramais de
ligação por conta própria; como não estabelece, como o faz a Recomendação
Tarifária 1/2009 emitida pela Entidade Reguladora do Sector, que «os custos
inerentes à construção de ramais dedicados de saneamento só devem ser imputados
ao utilizador final quando aqueles possuam extensão superior a 20 metros, caso em que a
respectiva execução, sempre que técnica e economicamente viável, deve ser
realizada pela entidade gestora, a pedido do utilizador e mediante o pagamento
das tarifas correspondentes à extensão superior àquela distância, rateadas em
partes iguais sempre que os ramais beneficiem mais do que um utilizador»;





Quanto ao
Regulamento do Sistema de Abastecimento de Água, não há uma menção que seja
quanto aos princípios que devem reger a prestação destes serviços, nomeadamente
e desde logo, a universalidade de acesso, a coesão social e territorial, a
protecção dos interesses dos utilizadores, a promoção da solidariedade económica
e social e o desenvolvimento;





Tal como nas
outras propostas de regulamentos, o regime tarifário é remetido para o Conselho
de Administração, sendo que os resultados desta prática são conhecidos:
aumentos brutais e sucessivos, decididos e aplicados sem qualquer informação
aos utentes;





A única
redução de tarifas prevista, neste caso, para os consumidores domésticos
beneficiários do cartão do idoso, passa a ser decidida em função dos
rendimentos, medida que vem ao encontro a um princípio de maior justiça social
– neste sentido, pensamos que os benefícios devem ser ampliados e que os
rendimentos considerados para efeitos do acesso aos benefícios sejam, em vez
dos 80% do SMN como estabelece a proposta de regulamento, mas aos rendimentos
per capita que não ultrapassem uma vez o SMN;





Pensamos que
o regulamento deve estabelecer desde já a periodicidade mensal da facturação
sendo que a deliberação sobre o valor das tarifas e preços só deverá produzir
efeito, pelo menos, 15 dias após a sua publicação, devendo essa informação ser
comunicada aos utentes na primeira factura subsequente;





Discordamos
dos chamados encargos de cobrança tal como pensamos que a interrupção do
fornecimento de água só poderá ocorrer após a notificação, por escrito, com  antecedência mínima de dez dias relativamente
à data que venha a ter lugar, sem prejuízo da análise dos casos e do apoio
àqueles que comprovadamente não disponham de capacidade económica para pagar a
factura de água.





Para
terminar, não podemos deixar de criticar vivamente o facto de que apesar da
importância e do impacto destes documentos sobre o conjunto dos cidadãos, a
realidade é que a sua publicação para discussão pública ocorreu em Agosto!!,
sendo que dos seus resultados nada se sabe…enfim, mais uma oportunidade perdida
para envolver os cidadãos, ouvir os sectores, estimular a participação.





Tal como
afirmámos inicialmente, estes Regulamentos são a expressão prática duma
política que tem sobre estes serviços e respectivas funções uma visão comercial
em detrimento das dimensões social e ambiental que do nosso ponto de vista
devem enquadrar e determinar a prestação destes serviços públicos essenciais.








Neste
sentido, não é aceitável que uma matéria essencial, como o regime tarifário,
fique praticamente circunscrita ao poder do Conselho de Administração, leia-se,
aos interesses lucrativos dos parceiros privados da ADC.





Nestes
termos, votamos contra estes Regulamentos, que não defendem os interesses dos
Covilhanenses e uma visão de serviço público assente nos princípios da solidariedade,
da igualdade e da sustentabilidade ambiental.



A.M de 10 DEZ 2010 - Contratos de Avença

Contratos de Avença referidos na introdução ao Plano e Orçamento celebrados com os docentes das Actividades de Enriquecimento Curricular

Na introdução ao Orçamento existe referência a contratos de tarefa a celebrar com os docentes que se encontram nas Actividades de Enriquecimento Curricular.

É de conhecimento público que estes docentes têm contrato de prestação de serviços com a Câmara Municipal passando o respectivo recibo verde.

O Ministério da Educação no
contrato com as Câmaras Municipais recomenda que aqueles docentes devem receber
pelo índice 151 do regime remuneratório da Carreira Docente.

Ora, na Inspecção Ordinária
Sectorial de 2005, processo nº 50.300, os senhores inspectores da IGAT afirmam
que “ a celebração de contratos de prestação de serviços por parte da
Administração só pode ter lugar para a execução de trabalhos de carácter não subordinado, considerando-se este como prestado com autonomia e com ausência de sujeição à disciplina, hierarquia e não implicar nem o cumprimento de horário nem, tão pouco, de local de trabalho”
Afirmam, ainda, que se dispõe
legalmente que os contratos de tarefa ou avença celebrados para o exercício de
actividades de natureza subordinada são nulos.
Assim, permitindo a lei dos
vínculos e contratos em funções públicas a contratação dos docentes em regime
de contrato por tempo determinado, a tempo parcial e tendo por referência este
procedimento já adoptado por autarquias vizinhas, pensamos que é tempo de a
Câmara não persistir num procedimento considerado em desconformidade com a Lei.
Face ao exposto proponho que
esta Assembleia recomende à Câmara Municipal a alteração do procedimento e que celebre com os docentes das AEC contratos em regime de tempo determinado, a tempo parcial, incluindo-os no mapa de pessoal a contratar para o ano de 2011.


( Afirmou que era legal - ???
-  e que iria manter os recibos verdes)



A.M de 10 DEZ 2010 -

Mais uma vez, e que fique registado em acta, que o Sr Presidente da Câmara Municipal não apresenta qualquer informação escrita sobre a actividade municipal, talvez porque não tenha tempo porque atarefado em estudar dossiês ou porque, de facto, não existe actividade municipal merecedora de qualquer registo.
Colocava algumas questões:
- Da Estrada Ferro - Peraboa onde é visível a colocação de sinais de trânsito de limitação de velocidade, reconhecendo a Câmara Municipal da existência de perigo na circulação daquela via. Afirmou o Senhor Presidente que as obras iriam arrancar em Dezembro. Confirma-se ?
O Presidente afirmou que vai avançar em Janeiro no troço entre a Ponte de Pedrinha e o Monte Serrano. Vamos ver e estar atentos.
- Do Silo Auto da Igreja da Estação
(não deu qualquer resposta sobre a situação dos silos que estão inactivos e onde a Câmara Municipal gastou mais de 300 mil Euros)
- Intervenção da SRU nos espaços urbanos referidos pelo Sr Presidente da Câmara Municipal numa das Sessões anteriores
Afinal de contas dizem que é mais difícil do que pensavam.Vão continuar a fazer de conta que fazem.
- Da necessidade urgente de manutenção e beneficiação da estrada Ourondo - Parada (valetas, sinalização horizontal, piso e rails de protecção) onde é difícil e perigoso transitar e estrada Barco - Telhado (ao nível da limpeza de valetas e taludes).
Em relação à estrada Ourondo - Parada informou que o Exército (Engenharia de Espinho) irá continuar a rasgar taludes até ao Ourondo.
- Da necessidade ou não da existência de um Regulamento Municipal, com princípios e critérios, de atribuição de subsídios às colectividades de cultura, desporto e recreio para uma maior transparência da atribuição daqueles apoios e uma maior eficácia do esforço municipal no apoio e desenvolvimento do trabalho do movimento associativo concelhio. ( Não percebeu ou fez de conta - Não houve resposta)
- Quando é que pensa sanar a ilegalidade da atribuição do Cartão Social Municipal aos Bombeiros Voluntários, no verão de 2009 em período de campanha eleitoral, inserindo a sua atribuição no Regulamento daquele benefício social. (Afirmou que os bombeiros já usufruem do transporte público)
- Questionar, ainda, se já reflectiu e se já ponderou cumprir o Despacho nº 14 368-A/2010, de 14 de Setembro que atribui à Câmara Municipal, no âmbito da Acção Social Escolar, a responsabilidade de comparticipar as despesas das crianças do 1º Ciclo, inseridas no escalão 1 e 2 do abono de família, para além da alimentação, os livros, o material escolar e as actividades de enriquecimento curricular. Recordar Senhor Presidente que tem a verba inscrita no Orçamento de 2010. ( Não deu qualquer resposta)

A.M de 10 DEZ 2010 - OE e PIDDAC

Orçamento de Estado e PIDDAC (Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central)
Tal como o PCP previra, o PS e o PSD, apadrinhados por Cavaco Silva, entenderam-se e aprovaram na generalidade um Orçamento de Estado injusto, brutal e recessivo. Não são boas notícias para o país e para o distrito e são muito más notícias para os trabalhadores, reformados, jovens, desempregados e também para as micro, pequenas e médias empresas.

Como fica demonstrado, PS, PSD e Cavaco Silva estão de acordo com o aumento de impostos (IVA e IRS), com os cortes salariais, com o roubo dos abonos de família, com a redução do poder de compra das pensões e o aumento dos medicamentos, com os cortes no investimento público, com a continuação da destruição do aparelho produtivo. No fundo os dois Partidos entenderam-se no caminho para a recessão económica, para o atraso e discriminação do distrito e para o aumento do desemprego cuja consequência será mais atraso, mais subdesenvolvimento e uma crise social com gravíssimas consequências para o Povo e em particular para os trabalhadores.
O OE com o PIDDAC aprovados são maus para o Concelho e seguem o caminho há muito percorrido das políticas de direita que conduziram o país até aos dias de hoje.
Isto é:

1. Aprofundam-se as assimetrias inter e intra-regionais
2. Não se promove o desenvolvimento territorial e sectorialmente equilibrado
3. Aprofunda-se a falta de transparência

Ainda assim, o PCP, no exercício de um dever e no cumprimento de um compromisso assumido e sem quaisquer ilusões quanto à possibilidade de transformar em bom o que à partida é mau e destrutivo, vem dar conta das propostas que apresentou em sede de discussão do OE na especialidade.
Num quadro em que o PIDDAC em discussão não é aquele que o PCP apresentaria, se essa fosse a sua competência, as propostas procuraram ir ao encontro de necessidades e contribuir para combater as assimetrias regionais e as injustiças sociais. Nalguns casos as propostas visaram assinalar a necessidade de dar cobertura financeira à abertura do investimento para uma obra que será pluri-anual.

As propostas do PCP tiveram uma dotação global para 2011 de 6.300.000,00€uros para o Distrito de Castelo Branco distribuídas da seguinte forma, no que toca ao nosso Concelho:

a) Obras Públicas, Transportes e Comunicações - Desenvolvimento de Acessibilidades Regionais e Inter-regionais:

• Construção da Via Periférica à Covilhã: 200.000,00 Euros

• Construção do Túnel de Alvoaça, entre Unhais da Serra e Alvôco da Serra – Seia: 400.000,00 Euros

b) Obras Públicas, Transportes e Comunicações - Desenvolvimento de Acessibilidades Regionais e Inter-regionais-
• Construção do IC6 – Ligação Covilhã a Coimbra: 150.000,00€

c) Obras Públicas, Transportes e Comunicações - Desenvolvimento de Acessibilidades Regionais e Inter regionais:
• Electrificação da linha da Beira Baixa entre Castelo Branco e a Guarda: 1.150.000,00 Euros

d) Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Acção Social no Ensino Superior:
• Construção de Instalações para a Residência de Estudantes do Pólo 3 da UBI - 200.000,00 Euros
e) Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Ensino Superior Universitário:

• Recuperação e Beneficiação do Pólo 4 da UBI – Ernesto Cruz: 200.000,00 Euros
• Dotação de Equipamentos informáticos e áudio-visuais na UBI: 100.000,00 Euros
f) Educação - Ensino Básico e Secundário

• Requalificação dos Edifícios da Escola Secundária Frei Heitor Pinto, concelho da Covilhã: 100.000,00 Euros

g) Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional - Ciclo Urbano

• Construção da Barragem das Cortes (Projecto) - abastecimento de água: 150.000,00 Euros

g) Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional - áreas protegidas

• Parque Natural da Serra da Estrela – Infra-estruturas e acessibilidades: 500.000,00 Euros

Um total de 3.150.000 € de propostas concretas para o nosso Concelho
O PCP garante que estas propostas não faziam aumentar o défice nem a dívida pública, todas têm cobertura financeira mas implicam outras prioridades e opções. Por isso, o PCP desafiou os deputados do PS e do PSD no sentido da aprovação e viabilização das propostas do PCP.
Porém, como sempre o têm feito, não cumpriram promessas eleitorais, e inviabilizaram a possibilidade de haver investimentos para o Concelho, foi mais uma machadada na sua já débil situação económica e social. Por isso devem assumir a responsabilidade pelo encerramento de empresas, pelo aumento do desemprego, da pobreza e da exclusão social.
Os deputados do PS e PSD não votaram a favor:
Do investimento no Parque Natural da Serra da Estrela
Da construção da Barragem das Cortes
Da Requalificação da Escola Secundária Frei Heitor Pinto
Do reforço da capacidade da UBI (Ernesto Cruz e dotação com Equipamentos áudio visuais e informáticos)
Da construção da residência de estudantes do pólo três
Do reforço da electrificação da linha ferroviária da Beira Baixa
Da construção do IC6 e do Túnel do Alvoaça
Da construção da via periférica à Covilhã
Eram oito ou nove os investimentos, da responsabilidade da Administração Central, propostos pelo PCP para o nosso Concelho e o PS e o PSD votaram contra, inviabilizando assim a sua inscrição em Orçamento e correspondente compromisso do Governo.
E do PS e do PSD alguém conhece alguma proposta feita na discussão na especialidade do Orçamento de Estado para inclusão no PIDDAC para o nosso Concelho??
Afinal de contas que propostas foram feitas pelas estruturas concelhias do PS e do PSD aos seus grupos parlamentares???
Não é nestas alturas que exercem o direito de proposta de investimentos para o Concelho?
Sabendo que o PS e o PSD estavam a “cozinhar” o orçamento não fizeram chegar as necessidades prementes do Concelho??
A ausência de investimentos em PIDDAC para o Concelho da Covilhã é demonstrativo da vossa incapacidade em elaborar e propor iniciativas junto dos vossos eleitos pelo Distrito na Assembleia da República, e é ainda demonstrativo, do abandono e da desconsideração dos vossos grupos parlamentares e do governo pelo nosso Concelho.
NOTA: A este conjunto de propostas e de desafios nem uma palavra do PS, PSD ou CDS.

A.M de 10 DEZ 2010 - Período de Intervenção do Público

Partido
Comunista Português
Assembleia Municipal da Covilhã
10 de Dezembro de 2010
1- PAOD
1ª Intervenção
Sr Presidente da Assembleia Municipal
Peço a palavra para de acordo com a alínea d) do artigo 27º do Regimento
“Invocar
o Regimento ou interpelar a Mesa”
Em relação à Ordem de Trabalhos e  quanto à
sua estrutura queria chamar a atenção para o facto de lhe faltar um Período……
……O Período a que se refere o artigo 16º do Regimento Interno desta Assembleia, no nº1
e 2 daquele  artigo.
O Período de “ Intervenção do Público”
Norespeito pelo nº6, do artigo 84º da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, com as
alterações introduzidas pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro.
Sr Presidente da Mesa da Assembleia Municipal
A Lei é clara quando define que “ nas reuniões dos órgãos deliberativos há um  PERÍODO para intervenção do público”
Define também no artigo 86º a existência de um PERÍODO Antes da Ordem do Dia e no 87º  o PERÍODO da Ordem do Dia.
A Assembleia Municipal que aprovou o actual Regimento Interno de Funcionamento deste Órgão consagrou, e bem, a existência de três PERÍODOS em cada Sessão.
O Código do Procedimento Administrativo, no nº 2 do seu artigo 20º, define que às reuniões públicas deve ser dada publicidade aos dias, horas e locais da sua realização de forma a garantir o conhecimento dos interessados.
É o Princípio da Participação que deve ser assegurado por qualquer órgão da
administração pública, de acordo com o artigo 8º do CPA.
Chamo ainda a atenção para o artigo 21º do CPA sobre a “Inobservância das disposições
sobre convocação de reuniões” onde se encontra estatuído que “ A ilegalidade resultante da inobservância
das disposições sobre a convocação de reuniões só se considera sanada quando
todos os membros do órgão compareçam à reunião e não suscitem oposição à sua
realização.”
Sublinho aqui o pormenor do legislador na afirmação de “quando todos os membros” e não
quando a maioria dos membros, o que em muitos casos pode fazer a diferença
entre a legalidade e a ilegalidade e a nulidade das decisões tomadas.
É para mim evidente que só por lapso
da mesa é que o PERÍODO de INTERVENÇÃO DO PÚBLICO não consta na Ordem de
Trabalhos pelo que proponho a sua inclusão como ponto nº 3 para esta Sessão e
solicito à Mesa que em futuras convocatórias da Assembleia Municipal, quer para
as Sessões Ordinárias quer para as Extraordinárias, se cumpra o artigo 16º do
Regimento, dando-se a devida publicidade à convocatória.
Nota : O que respondeu a
maioria??? Que o período do público estava implícito na Lei. Vamos ver se na
próxima eles inserem o período e se o divulgam. O Objectivo para nós é claro. O
PSD quer desta forma reduzir ou anular qualquer participação popular na AM.
Vamos ver como isto evolui.



domingo, outubro 10, 2010

Assembleia Municipal da Covilhã de Outubro de 2010 - Aumento da factura de água

A expressão “ouro branco” é uma realidade na Covilhã.
Depois do brutal aumento dos preços da água, saneamento e resíduos, implementado em Fevereiro de 2010, aumentos que recorde-se, representaram uma subida na factura da água entre 8% e 11%, a maioria PSD, uma vez mais, pela calada e sem aviso prévio, procedeu a um novo e brutal aumento, atingindo os 1º e 2º escalões dos consumidores domésticos, ou seja, os escalões que abrangem a esmagadora maioria da população.

Estes aumentos, tendo em conta que a Covilhã possui já o tarifário mais caro da região e um dos mais elevados do País, num momento em que o Governo PS se prepara para continuar a impor grandes sacrifícios aos trabalhadores, roubando nos salários e nas pensões, aumentando o IVA, cortando nas prestações sociais, e em que milhares enfrentam o drama do desemprego engrossando o nível de exclusão e da pobreza, são ainda mais chocantes e uma vergonha desmedida.

Esta decisão, que para uma factura de 5 m3 representa um aumento de 24% - sendo que só a componente do tratamento e conservação de esgotos sobe 135% no 2º escalão - é, para nós, a prova provada de que a maioria PSD não está preocupada com a redução do poder de compra e degradação da qualidade de vida da larga maioria dos Covilhanenses e suas famílias, com o aumento do desemprego no concelho, nem sequer com a qualidade dos serviços, mas sim com o objectivo de arrecadar mais uns largos milhares de euros para satisfazer a gula dos privados que são quem de facto comanda a empresa Águas da Covilhã e simultaneamente, procurar “tapar” os buracos duma gestão municipal ruinosa que ultrapassou há muito o limite do sustentável.

Os serviços de água, saneamento e resíduos são serviços essenciais a que todas as pessoas, independentemente da sua condição socioeconómica e localização geográfica devem ter acesso, princípio que agora é claramente ameaçado por mais este brutal e chocante aumento.

Factura Mensal 5 m3/sem iva – água, saneamento e resíduos sólidos
2010 Julho 2010 Variação %
13,55 16,82 24,1%

Preço Água
2010 Julho-2010 Variação %
1º Escalão (0-3 m3) 0,34 0,37 8,82%
2º Escalão (4-8) 0,91 0,99 8,79%
Preço RSU 2010 Jul-10 Variação %
1º Escalão (0-3 m3) 0,18 0,2 11,10%
2º Escalão (4-8) 0,18 0,2 11,10%
Drenagem Esgotos 2010 Jul-10 Variação %
1º Escalão (0-3 m3) 0,31 0,34 9,67%
2º Escalão (4-8) 0,31 0,34 9,67%
Conserv. Tratamento Esgotos 2010 Jul-10 Variação %
1º Escalão (0-3 m3) 0,35 0,82 134%
2º Escalã (4-8) 0,40 0,94 135%


SENHOR PRESIDENTE
NÃO SE IMPÕE UMA EXPLICAÇÃO AOS COVILHANENSES?
DANDO A CONHECER OS FUNDAMENTOS E AS RAZÕES DE TAL AUMENTO ?
SERÁ PORQUE A AdC SE ENCONTRA EM SITUAÇÃO ECONÓMICA DIFICIL ?
O DÉFICE É ELEVADO ?
AS AGÊNCIAS DE RATING JÁ CONDICIONAM O FINANCIAMENTO E AS TAXAS DE JURO?
É PARA NÃO SE CHAMAR O FMI ?

Assembleia Municipal da Covilhã de Outubro de 2010 - Abertura do Ano Lectivo - Livros e Material Escolar

Exmo Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal
Exmo Senhor Presidente e Exmos Senhores Vereadores

A abertura do ano lectivo de 2010/2011 veio colocar alguma incerteza quanto à abertura e encerramento de algumas escolas do 1º Ciclo do nosso Concelho.
Felizmente o bom senso instalou-se e o que estava previsto encerrar não encerrou.

Graças à persistência dos pais e encarregados de educação que reuniram e se organizaram em abaixo - assinados, graças ao senhores Presidentes de Junta de Freguesia que não baixaram os braços e à argumentação dos Agrupamentos quanto à inexistência de melhores condições na escola que iria acolher as crianças deslocadas, não houve qualquer encerramento.

Porém, por razões da política educativa e da diminuição da natalidade nas freguesias, algumas escolas terão que encerrar num futuro próximo.

No abertura do próximo ano lectivo - 2011-2012 vamos ser novamente confrontados, com a ausência de condições nas escolas de acolhimento.

Onde estão, no nosso Concelho, os Centros Educativos que vemos inaugurados um pouco por todo o País ?

Será que o Concelho foi marginalizado pelo Governo PS porque temos uma Câmara de maioria PSD?

Ou será que a maioria PSD se atrasou na constituição do Conselho Municipal de Educação e na elaboração da Carta Educativa que prevê e quantifica os Centros Educativos, atrasando-se na apresentação de candidaturas?

No que ao PCP diz respeito e porque acompanhámos todo este processo estamos convictos que a razão se encontra na segunda questão, ou seja, a Câmara não acompanhou, de forma eficaz, as mudanças introduzidas no Sistema Educativo e na sua rede escolar.

Mas, a constatação deste facto, não iliba o PS e o seu Governo de responsabilidades quanto aos prejuízos causados às populações com a pressa no encerramento de serviços e escolas que têm, ainda, condições para o seu funcionamento.

Não podemos encerrar só porque é necessário cumprir objectivos governamentais, é preciso mais ponderação e estudar se a médio prazo a população escolar se irá manter ou não.

Mas a problemática do ensino no nosso Concelho não se esgota no encerramento, manutenção ou abertura dos Centros Educativos.

A Câmara Municipal terá que rever o funcionamento da Componente de Apoio à Família, nomeadamente o serviço de refeições e as condições em que as mesmas são servidas e o funcionamento da expressão físico motora.

De facto os Centros Educativos com refeitório, ginásio, salas de apoio, biblioteca e outros espaços podem resolver alguns dos problemas existentes.
A Acção Social Escolar é também uma das competências da Câmara Municipal.

Para além do serviço de refeições e das Actividades de Enriquecimento Curricular protocoladas com o Ministério de Educação compete à Câmara Municipal a aplicação de medidas de acção social escolar, nomeadamente no âmbito dos auxílios económicos comparticipando a aquisição de livros e de material escolar.

Ora, o Despacho nº 18 987/2009, de 17 de Agosto tem como objecto regular as condições de aplicação das medidas de acção social escolar, da responsabilidade do ministério da educação e dos municípios, nas modalidades de apoio alimentar, alojamento e auxílios económicos.

Neste Despacho, com as alterações introduzidas pelo Despacho nº 14 368-A/2010, de 14 de Setembro, define o nº 6 do artigo 7º que “no anexo III do presente despacho encontram-se definidos os limites mínimos de comparticipação para os alunos do 1º ciclo do ensino básico, tendo os municípios, no âmbito das suas atribuições neste domínio, competência para aumentar e alargar os apoios da acção social escolar”.

O anexo III indica as percentagens e os valores de comparticipação mínima do município às crianças do 1º Ciclo que se encontram no escalão 1 e 2 do abono de família.

Não existe qualquer ambiguidade no texto do Despacho.
Aliás, os auxílios económicos, sempre foram atribuídos pela câmara municipal até ao ano lectivo 2003/2004, como é referido na página 107 da Carta Educativa.

Após aquele ano e durante os últimos 5 anos, a câmara deixou de cumprir com o seu dever de atribuir às famílias com crianças no 1º ciclo e integradas nos antigos escalões A e B da ASE e agora no escalão 1 e 2 do abono de família a comparticipação na aquisição dos livros e material escolar?

Que justificação poderá existir para que a Câmara Municipal não tivesse entregue aquela comparticipação, mínima que fosse, que, a valores de 2010-2011, em média não ultrapassa os 42 € para o escalão 1 e 21 € para o escalão 2 ? Num total aproximado (face aos alunos com aqueles escalões no Concelho) de 13.860 € para o escalão 1 e de 8.295 € para o escalão 2.

São 22 155 € de comparticipação mínima que a Câmara Municipal terá que entregar às crianças e às suas famílias no ano de 2010-2011. Para os anos anteriores a Câmara Municipal tem as listagens das crianças inseridas no escalão 1 e 2 nos processos relativos à componente de serviço de refeições, podendo desta forma entregar a comparticipação em falta.

Nos últimos cinco anos a Câmara não entregou cerca de 100 a 130 mil € às famílias carenciadas e não ajudou as crianças do nosso Concelho com a comparticipação na aquisição de livros e material escolar.

Até pela dimensão dos valores de comparticipação mínima envolvidos não se entende o incumprimento de um dever e desrespeito pelo direito que a lei confere às famílias e crianças mais necessitadas.

Parabéns aos Presidentes de Junta de Freguesia que entenderam e perceberam que poderiam dar esse apoio a todas as crianças, oferecendo os livros escolares.

É este o caminho, os manuais escolares devem ser gratuitos.
Os eleitos do PCP exigem à Câmara Municipal o cumprimento do seu dever atribuindo às crianças e famílias carenciadas aquilo a que têm direito por lei.

É inadmissível e insustentável este comportamento da maioria PSD na Câmara Municipal da Covilhã que vai dando a ideia que dá mais do que é obrigada mas…facilmente se constata ….que não cumpre com as suas atribuições e competências.

Disse

Assembleia Municipal da Covilhã de Outubro de 2010

Regulamento do PDM – Norma Interpretativa do nº5 do artigo 8º.

Senhor Presidente da Mesa da Assembleia,
Senhor Presidente da Câmara Municipal,
Senhora e Senhores Vereadores,
Senhoras e Senhores Deputados,

É pedido a esta Assembleia que se pronuncie e delibere em duas matérias, que parecendo dependentes uma da outra, de facto, não o são.

Assim e relativamente à proposta do nº5 do artigo 8º do Regulamento do PDM, que regulamenta condições de edificabilidade excepcionais para Espaço Urbanos seja, em casos devidamente reconhecidos pela Câmara Municipal, igualmente aplicado às áreas classificadas na Carta de Síntese de Ordenamento do Território do PDM como Espaço Urbanizável, cabe dizer o seguinte:

Espaço Urbanizável, por definição, é caracterizado por ser passível de programação e por poder vir a adquirir as características do espaço urbano mas cuja urbanização seja planeada ou programada, funcionando como travão à construção desregrada. Ora, se para se urbanizar estes espaços é necessário planear, não se justifica anexar-lhes um regime de excepção, pois tudo teria de ser feito de acordo com o planificado e por isso, de acordo com os regulamentos. Então por que nasce esta necessidade de criar a figura da excepção no espaço urbanizável? A resposta, infelizmente, é muito simples: o zonamento elaborado para o Concelho da Covilhã é, manifestamente, desadequado, desajustado da realidade e feito à luz de conceitos há muito ultrapassados. A confirmar esta realidade, veja-se o Plano de Urbanização da Grande Covilhã, aprovado com os votos favoráveis do PSD, CDS e abstenção do PS e do BE, em 16 de Julho deste ano, e que ainda agora entrou em vigor e já está desadequado, não respondendo aos novos e antigos problemas do tecido urbano. Daí a necessidade de alterar o Regulamento do PDM… Afirmando-se de que existe lacuna ou omissão.

Lacuna, por definição, é a falta de uma norma que regule determinado comportamento. Um sistema é incoerente quando existe tanto a norma que proíbe quanto a que permite determinado comportamento. As lacunas normativas (do tipo positivo) caracterizam-se não pela ausência de norma, mas ao contrário, pela presença dela. Neste caso em concreto, não há lacuna, como é alegado, porque não é suposto quebrar-se a norma!

Não faz falta a excepção pois os espaços urbanizáveis estão cabalmente definidos e regulamentados nos artigos 9º e 10º do Regulamento do PDM da Covilhã, não sendo previsto quebrar-se essas normas.

Assim,

Se há como se afirma, no parecer jurídico, tantos casos em que é necessário um enquadramento num regime de excepção desta natureza, então é mesmo um desatre o zonamento elaborado para o nosso Concelho. Mas os actores políticos responsáveis por esse planeamento ou, por não o terem todavia corrigido, deverão assumir esses constrangimentos e resolver, politicamente o problema às pessoas em causa. De facto, não repugnará, eticamente, a ninguém, se a Câmara Municipal resolver essas situações. Mas terá de o fazer politicamente, não comprometendo a Assembleia Municipal em decisões e tomadas de opção que são da responsabilidade da Câmara e derivam da sua acção.

Relativamente à operação urbanística de legalização da habitação unifamiliar sita no Largo do Calvário em Tortosendo, suspender o procedimento de licenciamento, cabe dizer o seguinte:

A apreciação técnica feita ao pedido de legalização da habitação unifamiliar em causa, foi realizada à luz e enquadrada no âmbito do PDM. Assim, e uma vez que está em vigor um novo Plano, o Plano de Urbanização da Grande Covilhã, em que a zona referida como espaço urbanizável foi convertida em Zona Urbana de Média Densidade, será sensato fazer uma nova análise técnica pelos Serviços Técnicos da Câmara, enquadrada agora neste novo instrumento de gestão territorial.

Os eleitos pelo PCP,

Assembleia Municipal da Covilhã de Outubro de 2010

Declaração Política
sobre a situação política e social no País e no Concelho da Covilhã

Senhor Presidente da Mesa da Assembleia,
Senhor Presidente da Câmara Municipal,
Senhora e Senhores Vereadores,
Senhoras e Senhores Deputados,

Três meses depois da implementação do último pacote de “austeridade” (PEC II) cujo impacto, para além do dramático rasto social de perda de rendimentos, desemprego e pobreza, tem-se traduzido em mais crise económica, com o aumento da dependência e dívidas externas, bem como do défice das contas públicas a pretexto do qual foram impostas.

Assim, agora, foi-nos apresentado um novo pacote de medidas (PEC III) para inverter a situação. No entanto, estas já velhas medidas, não são, mais do que, mais do mesmo. Ou seja, mais um passo em direcção à descapitalização das famílias, ao liquidar de direitos, ao aumento da exploração e da precariedade… E tudo a pretexto da crise e em nome dos “mercados financeiros”.

No entanto, esta crise não é inevitável… Não existe um único modelo económico, mesmo dentro da filosofia liberal de economia, há modelos mais ajustados às necessidades sociais e de desenvolvimento integrado das populações e dos países.

Vejamos então de que forma as medidas do Governo, perfilhadas pelo PSD, embora recuse a paternidade das mesmas, irão agudizar a situação na nossa região e, mais concretamente, no nosso concelho.

Os dados ora apresentados são do Boletim Trimestral – 07 com informações reportadas ao 2º trimestre de 2010 da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

• Na Região Centro, a variação no número de empresas criadas foi negativa, isto é, -1,7%, quando em Portugal foi de 0,8%.
• Na Região Centro, houve 290 insolvências, ou seja, 50,3% a mais do que a taxa do valor homólogo no 2º trimestre de 2009.
• Relativamente ao valor do PIB per capita, a Cova da Beira foi uma das três únicas Sub-Regiões Centro que divergiram, já que estando aquém da média nacional, se afastaram ainda mais. Aliás, a Sub-Região da Cova da Beira teve o pior desempenho de todas as Sub-Regiões, já que cresceu abaixo da média, mantendo valores de PIB per capita abaixo da média regional e, por conseguinte, também abaixo da média nacional.
• Na Região Centro, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou 1,0% face a igual período do ano anterior. O nível médio de preços cresceu de forma mais intensa nas classes da “habitação”, água, electricidade, gás e outros combustíveis (4,1%) e da “educação”(3,0%).
• A taxa de desemprego mais elevada da Região Centro pertence à Sub-Região da Cova da Beira com uma média de 9,6%; o concelho da Covilhã tem uma taxa de desemprego de 10,5%.

E poder-se-ía continuar com mais dados estatísticos, e são muitos, que demonstram que a nossa Região, a nossa Sub-Região e o nosso Concelho estão deprimidos, não garantem um bom desempenho face às adversidades causadas por estas medidas do PEC II e do PEC III. Então impõem-se a pergunta:

O que faz a Câmara Municipal da Covilhã para minimizar o impacto destas medidas no Concelho já tão fragilizado social e economicamente?

E as respostas são… Entre outras…

• Corta o financiamento da água e electricidade a algumas colectividades culturais, recreativas e desportivas. (Há uns que são mais iguais que outros…)
• Não cumpre o preceituado no Despacho nº 14368-A/2010 de 14 de Setembro, que visa o apoio às famílias carenciadas com crianças no 1ºciclo do Ensino Básico.
• Aprovou o aumento brutal de mais de 8% dos valores da água e na factura da água a partir de Julho de 2010, atingindo os consumidores domésticos, os dois primeiros escalões, sendo o aumento na componente do tratamento de esgotos na ordem dos 135% e na drenagem de esgotos de quase 10%.
• Não faz uma reavaliação para o cálculo das mensalidades, para baixar as rendas de habitação social.
• Não faz a alteração do IMI que penaliza as populações rurais.
• Preconiza e defende modelos de desenvolvimento da cidade ultrapassados e inibidores da construção de uma cidade competitiva, que esteja pensada para todas as pessoas, capaz de capitalizar mais residentes e mais iniciativa privada.
• Não isenta as crianças a frequentar o ensino pré-escolar público e o 1ºciclo, do pagamento das refeições, à semelhança do que fez em 2009, quando a crise ainda não tinha os actuais contornos de descapitalização das famílias.
• Beneficia os idosos, com algum apoio municipal, mas deixa cair os netos… Não se vislumbrando quaisquer políticas vocacionadas para apoio a crianças e jovens do Concelho.
• Não implementa sinergias que contrariem a situação e construam dinâmicas de superação das dificuldades. (As pessoas referem que não se “vê” a Câmara a puxar pelo Concelho)

Assistimos e assistiremos assim, a uma agudização da situação da população do Concelho da Covilhã, ao roubo aos rendimentos dos trabalhadores e às suas condições de vida, ao encerramento de mais empresas que atirarão mais pessoas para o desemprego e para a precariedade, ao fecho do pequeno comércio que empobrecerá o tecido empresarial da cidade.

Infelizmente, assistiremos a uma degradação generalizada das condições de vida da população e da cidade em nome de um conceito duvidoso e estranhíssimo e com malformações congénitas chamado “Défice”.

Mas o povo da Covilhã, já em outras ocasiões históricas, soube lutar e sobrelevar-se às forças que o oprimiam e, com certeza, agora, também não deixará de lutar, exigindo uma outra política, exigindo um outro caminho.

Tenho dito.

Os eleitos pelo PCP,

terça-feira, agosto 03, 2010

IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS

Perante uma proposta da Câmara Municipal que impõe um imposto sobre os imóveis (casas e terrenos rústicos)igual para todo o Concelho, os eleitos do PCP procuraram diferenciar levando em conta que os prédios e os terrenos não têm o mesmo valor comercial na Covilhã e em S. Jorge da Beira ou Verdelhos.

Qual foi o voto dos Presidentes de Junta de Freguesia (excepção do Presidente da Junta da Boidobra) ??

Votaram a favor da proposta da Câmara Municipal (com taxas mais elevadas) prejudicando e penalizando económicamente os residentes nas freguesias rurais e da periferia da cidade.

Demonstraram, desta forma, que afinal de contas não sabem nem querem defender o interesse das populações que os elegeram.

2. PERÍODO DA ORDEM DO DIA
Fixação do Imposto Municipal sobre Imóveis para o ano de 2011

Considerando que, nos termos do artigo 112º, nº 5 do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis, os municípios fixam, mediante deliberação da Assembleia Municipal, a taxa a aplicar em cada ano, dentro dos intervalos previstos nas alíneas b) e c) do nº 1 do mesmo artigo;

Considerando que o município mantém uma real preocupação com a situação social e económica do País assim como uma real protecção das áreas mais periféricas do concelho da Covilhã, promovendo o incentivo à fixação de população;

Considerando que as famílias portuguesas são já prejudicadas pelo crescente aumento do custo de vida, nomeadamente bens e serviços essenciais, assim como estão já a ser prejudicadas com o aumento de mais um ponto percentual nas taxas de iva;

Considerando que o artigo 25º do D/L nº 287/2003, de 12 de Novembro, alterado pela Lei nº 67-A/2007, de 31 de Dezembro, determina um regime de salvaguarda que estabelece que o aumento da colecta do IMI resultante da actualização dos valores patrimoniais tributários não pode exceder, por prédio e para o ano de 2009, o valor anual de € 135,00, adicionado à colecta da contribuição autárquica ou do IMI devido no ano anterior ou que o devesse ser, no caso de prédios isentos,

O PCP propõe, que as taxas de IMI para o ano de 2011, a aprovar por esta Assembleia Municipal sejam, nos termos do artigo 112º do CIMI, os que se seguem:

a) Prédios rústicos: 0,7%;
b) Prédios urbanos:
i) Freguesias urbanas (Conceição, Santa Maria, São Martinho, São Pedro): 0,7%
ii) Freguesias da periferia urbana (Cantar Galo, Vila do Carvalho, Teixoso, Canhoso, Boidobra e Tortosendo): 0,63%, com a aplicação de uma taxa de minoração de 10% - artigo 112º, nº6 do CIMI;
iii) Restantes freguesias: 0,56%, com a aplicação de uma taxa de minoração de 20% - artigo 112º, nº6 do CIMI;
c) Prédios urbanos avaliados: 0,35%;


Os Eleitos do PCP

PORTAGENS ? QUEM AS QUER?

SÓ O PS, O PSD E O CDS QUANDO VOTAM CONTRA ESTA MOÇÃO APRESENTADA NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DA COVILHÃ DE JULHO DE 2010.

AQUI FICA PARA MEMÓRIA FUTURA (DOS MAIS VELHOS E PARA CONHECIMENTO DOS MAIS NOVOS)

MOÇÃO
Considerando o entendimento entre o Governo e o PSD para a introdução de portagens em todas as auto-estradas sem custos para os utilizadores (SCUT), incluindo a A23;
considerando que a A23 é uma auto-estrada sem alternativas rodoviárias na maior parte da sua extensão, desde Torres Novas à Guarda, em que as estradas nacionais, nomeadamente a EN 18, são manifestamente desadequadas como vias inter-regionais na maior parte dos troços, não existindo mesmo noutros;
considerando que a aplicação de portagens na A23 não só penalizaria a população, mas criaria maiores dificuldades para o já debilitado aparelho produtivo e outras actividades económicas como a comercial na beira interior, designadamente no distrito de Castelo Branco;
considerando que o distrito de Castelo Branco é o quarto maior em área, sendo a sua geomorfologia variada incluindo zonas planas a zonas de montanha, ou seja, locais já por si de difícil acesso e circulação;
considerando que no distrito de Castelo Branco são muitos os habitantes que necessitam de se deslocar diariamente para:
trabalhar em concelhos diferentes da sua residência,
ter acesso a diferentes serviços, nomeadamente os públicos;

considerando que muitas empresas são utilizadoras por força do seu negócio, desta via, introduzir portagens na A23 teria consequências negativas para o crescimento populacional, para o desenvolvimento da actividade económica, gerando mais e maiores dificuldades nas acessibilidades e mobilidade da população;

considerando ainda que os princípios que nortearam a construção da A23 com perfil de SCUT continuam a vigorar tendo mesmo sido agravados, isto é, a interioridade e a desertificação;
considerando que tal medida significaria que o distrito de Castelo Branco, onde o concelho da Covilhã se insere, continuaria a ser sacrificado e o seu desenvolvimento mais uma vez adiado,
A Assembleia Municipal da Covilhã reunida em Sessão Ordinária em 16 de Julho de 2010 reafirma a necessidade de manter a A23 com perfil de SCUT, repudiando a intenção de introduzir quaisquer portagens para a sua utilização.
A presente moção deverá ser enviada para:
O Senhor Primeiro Ministro;
O Senhor Presidente da Assembleia da República;
Todos os Grupos Parlamentares da Assembleia da República;
A Senhora Governadora Civil de Castelo Branco.

Os eleitos do PCP

AINDA O MERCADO MUNICIPAL- COVILHÃ

O Mercado Municipal e a Desonestidade Intelectual do PSD

1. Que afronta tão grande é essa de o PCP tomar posição pública sobre a decisão da Câmara Municipal da Covilhã a propósito da construção de um novo Mercado Municipal, que rapidamente o PSD se apressa pelo mão de um “Vereador com o Pelouro das Actividades Económicas” a escrever um Direito de Resposta, apressando-se a esclarecer que o processo está ainda em discussão pública, que não há condições no actual mercado, que as exigências legais não permitem a sua manutenção no actual local. Que afronta…

2. Que verdade é essa de a Câmara e o PSD dizerem que vários locais foram abordados, quando em Março de 2010, a Assembleia Municipal foi confrontada com três locais e apenas uma viabilidade possível de construção.

3. Que desonestidade intelectual é essa de o PSD dizer que do PCP não se ouviu uma ideia construtiva para esta discussão. E que tamanha incoerência, uma vez que a própria intervenção do PCP na Assembleia Municipal de Março foi elogiada face à redutora intervenção do PS, palavras da bancada do PSD. A referida intervenção, aliás base do artigo publicado no Jornal do Fundão, analisa variadas vertentes, coloca perguntas, avança com estudos que deveriam ser feitos. Mas o PSD, no seu direito de resposta continua no que de intelectual a desonestidade nos pode trazer de melhor, afirmando a simpatia de alguns membros do PCP pela opção Garagem de São João. Em nome do PCP, nenhum membro se referiu a tal. Sejamos sérios.

4. O mesmo direito de resposta, mais razão nos dá, quando afirmámos que esta é uma suposta solução para um real problema criado pela própria Câmara Municipal da Covilhã. Sim, sucumbiu à gula de uma empresa privada, por falta de estratégia ou por vontade própria, a empresa quis ali o call center e a Câmara Municipal aceitou, palavras do Sr. Presidente da Câmara na referida Assembleia Municipal. Sendo sérios uma vez mais, ninguém está contra os postos de trabalho, mas não havia outro local que não o mercado, que assim penaliza a população, os vendedores e o comércio tradicional? Porque não construíram um edifício novo para o call center? Então dessa vez porque não houve discussão pública para a instalação do call center?

5. Para o PCP, a manutenção do actual mercado, dotado de condições de higiene, salubridade, respondendo às exigências legais, é factor de manutenção na zona histórica da cidade de um importante serviço ao dispor das populações, que entre outros factores descritos na nossa posição, dinamiza o comércio tradicional instalado junto às suas imediações. Quantas centenas de pessoas irão ser afectadas? A Associação Comercial foi ouvida? Não viverá certamente o comércio tradicional na maior prosperidade, mas com certeza não terá, mesmo que seja em percentagem, os passivos financeiros que a CMC possui. Coloquem à disposição desse pequeno comércio aí instalado, também em percentagem, as mesmas condições que ofereceram ao call center e com certeza que terão maior prosperidade.

6. Ao menos a posição do PCP ajudou à tomada de consciência da Câmara Municipal e do PSD da “enorme importância que uma tomada de decisão sobre esta matéria terá para o futuro da cidade”. Congratulamo-nos por tal facto. Diz ainda o direito de resposta que “das alternativas estudadas a primeira e mais óbvia seria a manutenção do Mercado Municipal nas actuais instalações com as devidas obras de adaptação. As características do edifício não permitem uma intervenção economicamente viável.” Bem, e é aqui que se nos é apresentada uma novidade. Ou será uma ingenuidade literária do PSD? Afinal, a adaptação do actual edifício de forma a torná-lo funcional e adaptado à actual legislação é possível, mas economicamente inviável. Lembramos ainda que esta intervenção inviável economicamente nunca foi apresentada na tal discussão pública. E lembramos uma vez mais ao PSD, que em tão desajustado escrito, não pode afirmar que a alternativa Garagem de São João era mais do agrado do PCP. Não pode, porque não é a verdade.

7. Mas não discordamos só. Concordamos na análise de que as grandes superfícies comerciais são uma forte e poderosa concorrência aos mercados tradicionais. Então e porque é que a CMC desvalorizou o actual mercado, através de intervenções casuísticas e avulsas, da diminuição das bancas de venda, da retirada dos comerciantes de vestuário e calçado do piso superior, da diminuição de área com a instalação da Loja Ponto já, da diminuição dos lugares disponíveis de estacionamento? Quem taxou os estacionamentos próximos ao mercado? Para além dos factores externos, porque quis a Câmara Municipal e o PSD implementar factores internos capazes de piorar a situação?

8. O novo Mercado será aquilo que vier a ser construído e cá estaremos para ver. Pois ainda não vimos a Periférica à Cidade, a Unidade Hoteleira do Sanatório, o Centro de Artes, a Ciclovia na estrada “Ponte Pedrinha-Ferro-Peraboa”, os novos Anéis Urbanos, o Centro da Juventude, o Estádio Municipal de Futebol, o Pavilhão Desportivo Polivalente, o Novo Cemitério da Covilhã, o Funicular do Largo São João de Malta, a Renovação do Parque Alexandre Aibéo. São mais que muitas as obras que nunca chegam sequer a ser projectos. A “Covilhã Capital do Teatro”, a “Covilhã Capital da Cultura”, o “Grande Museu” na zona do Castelo, as Piscinas Aquecidas do Complexo Desportivo e em Vales do Rio, Teixoso, Tortosendo e Vila do Carvalho, o Teleférico entre a Central de Camionagem e o Centro da Cidade. Ao invés, constroem-se outras, que nunca foram prioridade.

9. Mas voltando ao mercado, não se percebe a abrangência de tão amplo debate. Aliás, o direito de resposta é de facto um sintoma do mal-estar que tais debates provocam a esta Vereação PSD. Então mas que debate é este, do qual o PCP não se alheou e colocou as várias perspectivas que no seu entender deveriam ser tomadas em conta: a revitalização do Centro Histórico, a identidade cultural da cidade e do concelho, a dinamização do Comércio Tradicional, a sustentabilidade dos produtores e comerciantes, a forma como a decisão deveria ser pensada e tomada, a audição das propostas da oposição como um contributo e não como apêndice à decisão, a ideia das pessoas como parte da decisão e não da especulação. Não apelou o Senhor Presidente à participação e discussão pública? A população participou, dando a sua opinião, com a entrega na Assembleia Municipal de um abaixo assinado com mais de 500 assinaturas que contestava a deslocalização e a mudança do mercado. Ou terão o mesmo destino das 6.000 assinaturas contra a privatização da AdC? Mas que debate é este que a uma tomada de posição do PCP, o PSD sente logo a necessidade de atacar? Direito de resposta? Mas a pergunta foi ouvida?

10. Por último, afirma o tal direito de resposta que “para o PCP (…) sempre que se discutem decisões importantes para a Cidade, fica reservada a maledicência, o ataque pessoal, a insinuação torpe”. Quem mal disse e insinuou torpemente, quando faltou à verdade e falou na simpatia pela Garagem de São João, não foi o PCP. Onde vê o PSD o ataque pessoal em tal intervenção, se falamos de opções políticas, abrangência de decisão e futuro do Concelho? Não fosse essa visão ofuscada no preconceito, não fosse esse pedantismo bacoco de quem não lê as propostas do PCP, não fosse a desonestidade intelectual do PSD, a posição do PCP que aqui reafirmamos, poderia ser encarada como um bom contributo para a discussão acerca do novo mercado municipal.

Os Eleitos do PCP

quarta-feira, junho 02, 2010

Encerramento de escolas no Concelho da Covilhã

Veja o vídeo em: http://www.sic.pt/online/video/informacao/noticias-pais/2010/6/no-distrito-de-castelo-branco-ha-15-escolas-do-1-ciclo-que-deverao-encerrar02-06-2010-164137.htm

sábado, maio 15, 2010

RELATÓRIO DE ACTIVIDADES E CONTA DE GERÊNCIA DA CMC - 2009

Relatório de Actividades e Conta de Gerência da
Câmara Municipal da Covilhã do ano 2009

O exercício de prestação de contas, acto elementar da democracia, é também um exercício de retrospectiva. Quando nos debruçamos sobre o Relatório de Actividades e Conta de Gerência da Câmara Municipal da Covilhã – CMC, devemos ter presente o Plano de Actividades e Orçamento que lhe deu origem e que esta Assembleia Municipal aprovou. Um Plano de Actividades que contêm no seu texto, objectivos a alcançar, actividades a desenvolver, receitas previstas arrecadar e despesas, correntes e de investimento que se propôs realizar.

A primeira das observações que gostaríamos de fazer é a de que a Câmara Municipal da Covilhã vive acima das suas capacidades, qual família de industriais covilhanenses que insistiu até ao fim em manter as aparências e deixou para os seus filhos a tarefa de carregar o estigma, imagem e reputação da falência.

Tal e qual esta suposta família do imaginário serrano, dá-se conta todos os anos que as receitas (26 milhões de euros) não chegam para pagar todas as despesas (37 milhões de euros), mas ainda assim insiste em manter a aparência, tentando por todas as formas mais ou menos legais, manter a honra, prestígio, idoneidade, bom nome, reputação e consideração social.

Dos tais 26 milhões de euros de receita, 3 milhões dizem respeito a património que vendeu, neste caso da ADC, no exemplo da nossa ficcionada família de industriais aplicar-se-ia a venda de 49% de uma fábrica que ainda laborava e que cumpria o seu objectivo, comprada por um grupo mais poderoso e que se prepararia anos mais tarde para a compra dos restantes 51%.

A Câmara Municipal da Covilhã, a gestão falhada do PSD e casuística de Carlos Pinto, de 2008 para 2009 reduziram os seus activos em 6 milhões de euros. Uma vez mais qual família industrial que de ano para ano via o seu património reduzido.

Mas deixemo-nos, por ora, da metáfora e passemos apenas à realidade das contas apresentadas.
Receitas Correntes

As Receitas Correntes, com uma evolução estável no último mandato, cifrou-se em 21 milhões de euros, muito aquém do orçamentado, aliás, como dissemos na nossa intervenção aquando da apresentação do orçamento para 2009.

Receitas de Capital

As Receitas de Capital foram de quase 11 milhões de euros, menos 14 milhões que no ano transacto, 3 dos quais, receitas provenientes da alienação de 49% do capital da ADC.

Despesas Correntes

As Despesas Correntes diminuíram de 20 para 18 milhões de euros.

Despesas de Capital

Quanto às Despesas de Capital, diminuíram de 23 para 13 milhões de euros, o valor mais baixo dos últimos 5 anos.


Resultados
Contas de Resultados 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Total
Resultados Operacionais 3.246.905,76 1.529.616,95 2.391.008,63 2.498.956,31 -2.916.157,67 -1.794.869,19 -8.352.327,38 -3.396.866,59
Resultados Financeiros -1.707.772,99 -1.645.320,58 -1.522.277,90 -1.635.150,01 -2.654.286,23 -2.959.346,79 -1.287.743,86 -13.411.898,36
Resultados Correntes 1.539.132,77 -115.703,63 868.730,73 863.806,30 -5.570.443,90 -4.754.215,98 -9.640.071,24 -16.808.764,95
Resultados Extraordinários -4.937.009,63 -3.669.215,89 -5.077.420,89 -4.942.488,89 -2.876.747,75 4.897.017,08 -1.738.634,43 -18.344.500,40
Resultado Líquido do Exercicio -3.397.876,86 -3.784.919,52 -4.208.690,16 -4.078.682,59 -8.447.191,65 142.801,10 -11.378.705,67 -35.153.265,35

As contas de Resultados reflectem bem a evidência da política casuística do PSD e de Carlos Pinto. Em 2009, os Resultados Operacionais foram negativos no valor de mais de 8 milhões de euros. O resultado liquido negativo de 11 milhões de euros. Os piores resultados dos últimos 7 anos.

Uma análise evolutiva de 2003 até 2009 permite-nos algumas conclusões que revelam um cenário que se anuncia catastrófico.
Acumulação de Resultados Financeiros negativos no valor de mais de 13 milhões de euros.
Acumulação de Resultados Correntes negativos no valor de mais de 16 milhões de euros.
Acumulação de Resultados Extraordinários negativos no valor de mais de 18 milhões de euros.
Acumulação de Resultados Líquidos negativos no valor de mais de 35 milhões de euros.

Em 7 anos, de 2003 a 2009, este executivo PSD/Carlos Pinto acumulou para a Câmara Municipal da Covilhã mais de 35 milhões de euros de Resultados Negativos.

Evidências, fruto de uma política de “aparência”, continuando a manter os anéis nos dedos, o carro de alta cilindrada, talvez o motorista, a sardinha fresca da Figueira e o palacete, a receber os convidados com todas as mordomias. Evidências, do alcatrão, da rotunda, da fonte, do subsídio, da inauguração, do voto. Um último esforço da ânsia de poder pelo último mandato.

Serviço da Dívida
O serviço da dívida representa já 15% das despesas totais, ou seja, de todas as receitas arrecadadas durante um ano, 15% vão para pagamento do serviço da dívida.

É também disto exemplo o serviço da dívida, amortizando no ano de 2008, 2 milhões e 300 mil euros de empréstimos, a CMC consegue chegar ao final do ano, uma vez mais com uma valor em dívida às instituições financeiras superior ao do inicio do ano. Era de 45 milhões e passou a ser de 47, 4 milhões de euros a divida a instituições de crédito.

Dividas a Terceiros

Em relação às dividas a terceiros, dirão os inauditos oradores da bancada laranja, que os empréstimos diminuíram 3 milhões de euros. É verdade, mas não se esqueçam de falar no aumento de 1 milhão e 600 mil euros de locação financeira e de 4 milhões a Outras Entidades, o que fez, uma vez mais, aumentar a dívida a médio e longo prazo, estando a 31 de Dezembro de 2009, em mais de 75 milhões de euros.
Cresceu a dívida total em mais 10%, ascendendo a 31 de Dezembro de 2009 a mais de 95 milhões de euros, a mais elevada até à data.

Dirá o Sr. Presidente de Câmara, que não há investimento sem dívida, que nas famílias também acontece o mesmo. O crédito não é para nós uma maldição, achamos até que este pode ser um instrumento capaz de despertar investimento e retorno. E achará diferenças Sr. Presidente entre o crédito à habitação e o crédito ao consumo, que sobretudo é o que esta Câmara tem pedido, para obras sem estratégia, pois não consta que uma ponte de 4 milhões de euros que liga o Jardim aos Penedos Altos traga um acréscimo de qualidade de vida ou de actividade económica, postos de trabalho ou outros factores de desenvolvimento.

Passivo
A Câmara Municipal da Covilhã tem actualmente um passivo de 135 milhões de euros, mais 7 milhões que no ano transacto e o dobro do passivo de 2002. As suas disponibilidades (7.900.000€) mais as dividas a receber de terceiros (9.800.000€) não chegam para pagar todas as dividas de curto prazo, que aumentaram de 15 para 19 milhões de euros, gerando uma liquidez imediata negativa de quase 2 milhões de euros (1.900.000€);

O cenário é o pior dos últimos anos, deixando antever dificuldades para as gerações vindouras. O panorama replica a realidade nacional, fazendo parecer que as consequências não foram ditadas por causas e que não responsáveis concretos, apenas conjuntura internacional.

A Covilhã não precisa de industriais à beira da falência ou que levem as suas empresas à falência, mantendo as aparências. Precisa de homens, que na dureza dos dias e na humildade dos actos, vivem o dia-a-dia com o rendimento do seu trabalho, não gastam mais do que ganham e de forma honesta não hipotecam o futuro das novas gerações.


Assembleia Municipal da Covilhã
14 de Maio de 2010

Os Eleitos do PCP

RELATÓRIO E CONTAS DA ICOVI - Infra - Estruturas e Concessões da Covilhã

Declaração do PCP sobre o Relatório e Contas de 2009 da ICOVI – Infra-Estruturas e Concessões da Covilhã, EEM

Na Sessão da Assembleia Municipal de 30 de Janeiro de 2009, e a propósito da alteração dos estatutos da ICOVI, a Câmara afirmava então, e citamos, que relativamente ao Orçamento e o Plano de Actividades, “este documento seria apresentado logo que possível”.
Se já era estranho que tendo a ICOVI sido criada em Julho de 2008, e que só 5 meses depois é que se falava de Orçamento e Plano – talvez por ser jovem – já não é aceitável que, apesar dos pedidos da CDU, e da promessa do logo que possível, tais documentos, nunca tenham sido enviados.
Convenhamos por isso que, não deixa de ser algo inusitado, para não dizer completamente absurdo e contrário às regras, o envio do Relatório e Contas sem que tenhamos tido acesso ao Plano e Orçamento, situação que se repete, pois não conhecemos o Plano e Orçamento para 2010.
Pela nossa parte, continuamos a considerar que o envio à Assembleia Municipal dos instrumentos previsionais de gestão e dos respectivos documentos de prestação de contas é uma obrigatoriedade legal, e mesmo que o não fosse, tal seria sempre exigível em nome da transparência da actividade empresarial municipal.
Sendo evidente que a análise ao Relatório e Contas acaba por estar limitada, ou pelo menos fortemente condicionada, a nossa opinião é de que os documentos agora em análise confirmam em grande medida, o essencial do que temos dito sobre este assunto, nomeadamente, que esta empresa não faz sentido existir uma vez que as suas tarefas podem e devem ser desempenhadas com tanta ou mais eficácia pelos serviços municipais, a que acrescem as consequências da separação operada entre a captação de água e a sua distribuição, fruto do nefasto negócio da privatização, e que é responsável pelo facto de que os Covilhanenses sejam hoje o elo final de uma cadeia de empresas que têm de sustentar: a ICOVI, EM, que vende a água à empresa Águas da Covilhã, Empresa Municipal Mista, a um preço médio de, pasme-se, 3,84€ m3 (1183908 m3/307653,75€), que por sua vez a revende a cada um de nós…Ao preço final é aplicado o IVA, imposto cego que o Governo PS, com o apoio do PSD se prepara para agravar.
Os resultados líquidos obtidos não surpreendem. O inverso é que seria, no contexto e nas circunstâncias em que a sua operação se desenvolve, e ainda para mais sem investimentos de vulto, dificilmente compreensível, tendo bem presente que numa actividade e num serviço essencial como este, esse deve ser, na nossa opinião, um critério de boa gestão, mas nada mais.
Apesar do Relatório de Gestão nada dizer, chamamos a atenção para o valor significativo da Dívidas de Terceiros, que superam os 700 mil euros, o qual, tendo em conta o período de tempo de operação da empresa não pode deixar de preocupar.
Por tudo se mais não houvesse, a ausência de indicadores de desempenho da empresa, a sua dependência absoluta de um único “cliente”, aliás em acelerada degradação financeira, são motivos mais do que suficientes para votar contra este Relatório e Contas.

Os eleitos do PCP

RELATÓRIO E CONTAS DE 2009 DA AdC, Águas da Covilhã

Declaração da CDU sobre o Relatório e Contas de 2009 da AdC, Aguas da Covilhã, EM

Como é sabido, foram os eleitos da CDU que estiveram na linha da frente da luta contra a privatização da água e temos manifestas razões críticas para manter essa posição.

Na verdade, e como consequência inequívoca da privatização da água, cujo objectivo foi o de encaixar alguns milhões para salvar um mandato ruinoso e uma gestão financeira irresponsável, os serviços prestados pela Águas da Covilhã passaram a ser norteados pela lógica da maximização da rentabilidade do capital privado, isto é, pelo critério do lucro. A adopção deste princípio acarretou inevitavelmente um aumento de encargos para as populações: de forma directa enquanto consumidores, com o pagamento de facturas bem mais elevadas, consequência dos aumentos das tarifas da água, da recolha do lixo e do saneamento (hoje a Covilhã é o sexto município mais caro); mas também enquanto contribuintes, através do aumento progressivo da transferência da Câmara Municipal, a título de indemnização compensatória, as quais no caso do saneamento estava previsto atingirem em 2008 cerca 1.700.000€, registando-se o pagamento em 2009 de 2.687.820, 12 €, sendo que no caso da água o valor transferido em 2009 ascendeu a 500.000€, estando previsto o seu aumento para um milhão de euros até 2011.
A privatização provocou igualmente o aumento da instabilidade laboral, ao contrário do que então foi propalado, patente na transferência de trabalhadores da empresa Águas da Covilhã para a Câmara – processo que poderá agravar-se – e vice-versa, tratando os trabalhadores como peças excedentárias ou sobressalentes, isto ao mesmo tempo que continua a não existir um Acordo negociado de Cedência de Interesse Público conforme obriga a Lei, assinado entre as três partes, Câmara, Empresa e Trabalhador, que salvaguarde de forma plena e sem qualquer espécie de dúvida todo os direitos dos trabalhadores.
E como temos dito, os Covilhanenses, em resultado da privatização, são hoje o elo final de uma cadeia de empresas que têm de sustentar: a ICOVI, EM, vende a água à empresa Águas da Covilhã, que por sua vez a revende a cada um de nós…Ao preço final é aplicado o IVA.

Um negócio ainda em que, são os sócios privados quem efectivamente mais lucra. Note-se por exemplo que é a própria AdC que entrega por ajuste directo, à Hidurbe, empresa que juntamente com a AGS, é accionista privado da AdC, a realização de estudos prévios no valor de alguns milhares de euros (caso do Eco-Parque, Estação de Transferência de RSU no Canhoso).

Ta como nunca percebemos o know-how incorporado pelos sócios privados, argumento que aliás também serviu para justificar a privatização, quando se verifica por exemplo, que a PREPARAÇÃO DO PLANO ECONÓMICO-FINANCEIRO DE LONGO PRAZO NA EMPRESA ADC-ÁGUAS DA COVILHÃ, EM, que nunca nos foi dado a conhecer, foi entregue a uma consultora externa, a KPMG, e que a “ASSESSORIA FINANCEIRA NO ÂMBITO DA CANDIDATURA AO FUNDO DE COESÃO DO PLANO DE INVESTIMENTOS DA ACTIVIDADE DE ABASTECIMENTO EM ALTA DO MUNICÍPIO DA COVILHÔ, foi entregue à F9 Consulting.

Apresentando uma evolução qualitativa superior a outros (ficamos a saber pela primeira vez que em 2009 as perdas de água atingem 39% - e em 2008? - um valor que é elevadíssimo e que pelas nossas contas corresponde a mais 1 milhão de euros desperdiçados (perdas de água de 934.434,93 m3 x 1,10€ preço médio do m3 de água) - a realidade é que o Relatório e Contas de 2009 revela um caminho com o qual discordamos frontalmente, traduzido no brutal aumento de preços da água imposto já este ano e no recurso crescente à subcontratação de tarefas e pessoas, na lógica da maximização dos proveitos e de redução dos custos, a que se junta a perda de qualidade dos serviços.

Mas vejamos ainda mais alguns dados:

- Fruto do aumento dos preços, crescem as vendas e as receitas, nomeadamente da venda da água e das prestações de serviços; (registe-se que a água facturada diminuiu de 2008 para 2009 em cerca 93.065 m3); sendo que os descontos do idoso pouco subiram);

- O investimento realizado, totalizando 771 mil euros, já de si inferior ao que seria necessário para fazer face por exemplo às enormes perdas de água, ficou aquém do valor previsto que era de 895 mil euros;

- A redução das despesas com pessoal com recurso às subcontratações e ao envio de trabalhadores para a Câmara quando isso convém à empresa – aumentando inevitavelmente o volume e a carga de trabalho;

- A remuneração dos órgãos sociais, com um custo de mais de 200 mil euros, na moeda antiga 40 mil contos;

- Um elevado endividamento e uma política de saneamento financeiro assente no factoring que conforme sublinha o Revisor de Contas, configuram verdadeiras operações de financiamento, contribuindo para o agravamento de exposição ao risco.


Perante isto, e em coerência com o que sempre defendemos votamos contra esta política e estes documentos.


Os Eleitos da CDU


Covilhã, Assembleia Municipal, 14 de Maio de 2010.

MOÇÃO EM DEFESA DAS MATERNIDADES

A presente Moção apresentada pelos eleitos do PCP na Assembleia Municipal da Covilhã de 14 de Maio foi aprovada por unanimidade.

Moção

Considerando que as recentes declarações proferidas pela senhora Governadora Civil de Castelo Branco acerca das maternidades no Distrito colocam em causa a sua co-existência e respectivo funcionamento;
considerando que as maternidades devem ser entendidas, na área da saúde, como serviços públicos estruturantes para a prestação de cuidados às mulheres e crianças num Distrito cuja dimensão em área é o quarto maior do País;
considerando que a mais justa e acertada decisão será a manutenção das maternidades existentes na região;
considerando que qualquer “golpe” nos serviços públicos de saúde constituirá mais uma medida injusta que acentuará as dificuldades e assimetrias desta região;
considerando que há um sentimento geral da população sobre a necessidade de preservar estes serviços de saúde como contribuição para o próprio desenvolvimento e para a justiça social:

A Assembleia Municipal da Covilhã reunida em Sessão Ordinária a 14 de Maio de 2010 reafirma a necessidade de rapidamente se clarificar que a decisão mais sensata e promotora de desenvolvimento será a manutenção das duas maternidades já existentes no distrito.

Os proponentes:

quarta-feira, maio 05, 2010

Intervenção na Sessão Solene da Assembleia Municipal - 25 de Abril - Coutada

Exmo Senhor Presidente da Assembleia Municipal
Exmos Senhores Membros do Executivo da Câmara Municipal
Exmo Senhor Presidente da Junta de Freguesia da Coutada, que hoje nos recebe
Exmos Senhores representantes de Instituições militares, religiosas e associativas
Exmos Senhores deputados municipais

Caros amigos da Coutada presentes


A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, coroando a longa resistência do povo português e interpretando os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista.

Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo representou uma transformação revolucionária e o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.”

Foi com estas palavras que os Deputados Constituintes deram início ao preâmbulo da Constituição da República Portuguesa, afirmando com clareza os traços fundamentais da Revolução de Abril de 1974 que pôs fim à longa noite fascista e que, simultaneamente, abriu os horizontes de um tempo novo de liberdade, democracia, progresso, justiça social e independência nacional.

Interpretando verdadeiramente os sentimentos profundos do povo português, o Movimento das Forças Armadas pôs fim ao regime fascista de Salazar e Caetano que, durante quarenta e oito anos, impôs uma ditadura criminosa ao povo português.

Num tempo conturbado em que há quem tente branquear ou reabilitar o fascismo, é exigível a todos os responsáveis políticos que afirmem a natureza criminosa do regime fascista.

Nunca será demais relembrar a natureza criminosa dessa ditadura que sujeitou o povo à pobreza, à miséria e à fome para sustentar a fortuna e opulência de uma minoria. Que condenou o país ao analfabetismo e ao atraso cuja factura, em muitos aspectos, ainda hoje continuamos a pagar.

Uma ditadura criminosa que reprimiu, censurou, prendeu, torturou e assassinou muitos daqueles que a ela ousaram opor-se.

Tendo sido o PCP alvo preferencial desta repressão e tendo perdido muitos dos seus militantes para esta lista negra dos crimes do regime fascista, de novo aqui o relembramos para que nunca mais se repita.

Mas a Revolução de Abril abriu igualmente novos horizontes ao povo e ao País.

Horizontes de esperança e confiança num futuro melhor que era então construído pelas mãos daqueles que durante quarenta e oito anos tinham sido expropriados da sua dignidade e dos seus direitos, pelos trabalhadores que se libertavam da exploração e exigiam uma sociedade nova entrando, nas palavras de Ary dos Santos, pelas “portas que Abril abriu”.

Esse futuro de Abril construiu-se com a instauração das liberdades e de uma democracia que se pretendia plena, nas suas dimensões política, económica, social e cultural.

Construiu-se pondo o Estado ao serviço do povo e do País, garantindo o acesso à educação e à saúde, o direito à segurança social e a uma protecção social digna.

Construiu-se com o direito ao emprego, com a consagração dos direitos dos trabalhadores, mulheres e jovens e com a melhoria significativa das condições de vida da população.

Construiu-se com a Reforma Agrária e a nacionalização dos sectores estratégicos, que colocaram as potencialidades do País ao serviço do desenvolvimento e do bem-estar colectivos.

As comemorações do 25 de Abril são por isso a justa e indispensável celebração institucional desse momento ímpar da história de Portugal que, juntamente com o 1.º de Maio, reencontra nas comemorações populares por todo o país as raízes de onde brotou.

Mas as comemorações de hoje não podem prescindir de um elemento de actualidade que ponha em perspectiva esse futuro que Abril propunha perante a realidade que hoje vivemos.

E, quanto a nós, a resposta é óbvia: ao contrário das falsas modernidades que vão empurrando os portugueses de volta às relações laborais e sociais do século XIX, o projecto libertador de Abril mantém toda a sua actualidade como verdadeiro projecto político de progresso social e económico e de justiça social.

A dramática realidade que hoje vivem os portugueses é precisamente o resultado do abandono desse projecto de sociedade que Abril afirmou.

O País que temos hoje é o exemplo indesmentível da falência das políticas que acentuaram a exploração e a concentração de riqueza a um ponto em que os pobres já não conseguem suportar as fortunas dos ricos.

Os escândalos são quase diários protagonizados por quem nos tem desgovernado nos últimos 35 anos.

Processos pouco transparentes com intervenção directa de quem governa ou de quem já nos governou.

Sim, estou a referir-me a submarinos, a freeports, a faces ocultas, a BPPs e outras coisas que entram, no dia a dia, em casa de cada cidadão.

Sim, estou-me a referir a chorudos ordenados e prémios daqueles que, no governo, defenderam e aprovaram a privatização de empresas e que hoje, fora do Governo, integram Conselhos de Administração das Empresas que ajudaram a privatizar (EDPs, GALPs, CTTs, etc).

O que é necessário, neste momento, é cumprir a Constituição e não a sua revisão.

Os que querem rever a Constituição pretendem reduzir os direitos sociais e económicos da população a favor dos grandes grupos económicos. Querem mais privatizações e a abertura total da Educação, da Saúde e da Segurança Social e de outros serviços públicos para a lógica do privado, ou seja, quem quer educação, saúde e reforma tem que a pagar.

Quem não pode…bom… não tem.



Não é necessário rever a constituição para cumprir Abril.

Pelo contrário!

É necessário cumprir e fazer cumprir a constituição da república, lei primeira e fundamental do país, e que todos nós jurámos cumprir quando aceitámos desempenhar funções públicas.

Os eleitos na Assembleia da República e os membros do Governo e os eleitos nas Autarquias Locais (Câmaras e Juntas de Freguesia), assim como os que desempenham funções em vários organismos públicos devem ter como prioridade a defesa do interesse público.

Não podem nem devem estar na Administração Pública os que têm o primado do privado.

Num momento em que o sistema capitalista torna evidentes as suas dramáticas consequências para os povos, num momento em que se agudizam as contradições do sistema económico que assenta na exploração do homem pelo homem, é preciso Abril de novo.

Abril de novo significa romper as inevitabilidades e os dogmas com que o neo-liberalismo procura travar o avanço da Humanidade e dar resposta às necessidades do País.

Em Portugal, Abril de novo significa adoptar políticas económicas que coloquem a riqueza do País ao serviço do bem-estar colectivo, que valorizem os nossos sectores produtivos, que sejam capazes de pôr fim ao desemprego em que se encontra mais de meio milhão de portugueses e que rompam com a dependência face ao estrangeiro.

Abril de novo significa definir políticas laborais que valorizem o Trabalho e respeitem os direitos dos trabalhadores, pondo fim aos baixos salários e pensões, à precariedade laboral que atinge mais de um milhão de trabalhadores e apontando aos jovens um caminho que não seja o das modernas praças de jorna do trabalho temporário.

Abril de novo significa encontrar políticas sociais que ponham fim à pobreza que atinge mais de dois milhões de portugueses e acabem com a crescente exclusão social.

Senhor Presidente da Assembleia Municipal
Senhor Presidente da Câmara Municipal

A propósito de politicas sociais

A nossa Câmara Municipal, com politicas sociais incorrectas não tem ajudado, de igual forma, a população do Concelho. Não se entende que se deixe de fora de medidas sociais, munícipes que não residem na Cidade.

Sim, estou a falar das refeições a um Euro.

Mas também quero referir que o aumento do valor da factura de água do início deste ano, na perspectiva de se assegurar o lucro ao parceiro privado da AdC, não ajuda as populações nem aqueles que possuem mais baixos rendimentos.

A venda de 49% das águas da Covilhã a um privado é um exemplo claro de que as politicas de privatização de serviços públicos não beneficiam os utentes e as populações.

E esta politica municipal e nacional, de privatização de serviços públicos, é a negação e um atentado aos valores de 25 de Abril.

Porque

Abril de novo significa colocar o Estado (Governo, Câmaras e Juntas de Freguesia) ao serviço do povo, garantindo o acesso universal e gratuito à saúde, à educação e à justiça e reconduzindo a Escola Pública ao seu objectivo central de formação da cultura integral dos indivíduos.

Os serviços públicos de fornecimento de água às populações, de saneamento e de recolha de lixo (essenciais à vida, saúde e bem estar das populações) não podem estar subordinados à finalidade dos privados, o lucro.

Na Escola Pública não é admissível que no nosso Concelho não se tenha feito qualquer investimento na criação de um único Centro Educativo, estrutura já existente em outros Concelhos do País.

Também não é admissível que a Câmara Municipal continue a ignorar que tem responsabilidades ao nível de todas as vertentes da Acção Social Escolar, responsabilidades assumidas e pagas pelo Ministério da Educação.

Não se entende porque razão a Câmara Municipal da Covilhã, ao longo dos últimos anos, não assume (sendo sua obrigação legal) o pagamento dos livros escolares e material escolar, de escalão 1 e 2 da Segurança Social, às crianças do 1º Ciclo.

Esta atitude é negar e não cumprir Abril. É dificultar às crianças de famílias mais carenciadas o acesso a melhores condições para o seu sucesso na vida escolar.

Por tudo isto, Abril de novo significa fazer profundas rupturas.

Significa romper com políticas que submetem a população à lógica do lucro, acentuando a exploração e agravando as desigualdades sociais.

Significa, no nosso Concelho, romper com politicas que submetem o território concelhio, o urbanismo, as infra estruturas e a alienação de terrenos e de equipamentos (tipo do mercado/praça municipal) aos interesses dos privados.

Significa romper com a subordinação do poder político ao poder económico que transforma o Estado e as Autarquias Locais em instrumentos de obtenção de lucro dos grupos económicos, dos senhores do dinheiro, dos senhores da cidade.

Significa romper com políticas que passam ao lado do combate à corrupção e à criminalidade económico-financeira.

Estas transformações que fazem do projecto de Abril um projecto de progresso para o futuro, impõem-no simultaneamente como uma exigência do presente.

A persistência nas receitas neo-liberais, com o Partido Socialista a liderar a Direita num Programa de Estabilidade e Crescimento ( o chamado PEC) que penaliza o povo, os reformados, as pequenas e médias empresas e quem trabalha, com receitas, que apesar de falidas, são apenas enjeitadas no discurso por quem as continua a perfilhar na prática política e as quer aprofundar.

A certeza com que o PCP comemora o trigésimo sexto aniversário da Revolução de Abril é a certeza de que mais cedo que tarde o povo português e o povo da Covilhã há-de querer retomar esse caminho libertador de Abril, numa pátria e num Concelho de homens e mulheres livres e de jovens como obreiros do futuro.

Viva o 25 de Abril
Em nome de mais justiça social
Viva o 25 de Abril
Em nome de mais progresso e desenvolvimento
Viva o 25 de Abril
Por mais trabalho com direitos
Viva o 25 de Abril
Por reformas dignas
Viva o 25 de Abril
Porque só há liberdade a sério, quando houver
Paz, Pão, Habitação, Saúde, Educação
Viva a população da Coutada e a População do Concelho Covilhã
Viva Portugal
Viva a Liberdade

domingo, março 14, 2010

Assembleia Municipal de 12 de Março de 2010

Ponto 2.5 Estrutura e Organização dos Serviços Municipais, do Período da Ordem do dia


Proposta de alteração/substituição do documento de Proposta de Reestruturação dos Serviços Municipais da Câmara Municipal da Covilhã


Exmo. Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Municipal
Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal
Exmos. Senhores Vereadores
Exmas. Senhoras e Senhores Deputados


O novo regime jurídico da organização dos serviços das autarquias locais, criado pelo decreto-lei 305/2009, permite aos Municípios implementar um novo modelo assente numa estrutura orgânica nuclear composta por departamentos que permite não só uma melhor organização dos serviços, mas também a agregação de áreas num único departamento, como por exemplo, a Cultura e o Turismo, ou o Ambiente e Ordenamento do Território, que têm muitos pontos em comum e funcionam melhor em conjunto, aumentando a eficácia do trabalho das autarquias para as populações.

Por outro lado, as estruturas autárquicas podem agora optar, entre os modelos de estrutura orgânica, por um modelo de estrutura hierarquizada, modelo estrutural matricial ou modelo estrutural misto. Neste âmbito, podem ser criadas equipas multidisciplinares, isto é, equipas transversais aos diversos serviços. Por fim, dentro de cada departamento ou divisão podem ser criadas ainda equipas de projecto, ou seja, grupos temporários formados a partir dos recursos humanos existentes. Refira-se que a nova organização dos Serviços Municipais veio substituir a anterior que, nos últimos anos, se revelava desajustada às necessidades dos municípios na prossecução das respectivas atribuições.

Bem, a Proposta apresentada pela Câmara Municipal da Covilhã relativa à Reestruturação dos seus Serviços Municipais transcreve na sua parte introdutória, no essencial, o preconizado no Decreto-lei 305/2009 de 23 Outubro, visando o seu cumprimento, mas será que está de acordo com este espírito reformista?

Ora, não se descortina na proposta, desde logo, qual é o modelo adoptado para a reestruturação dos Serviços Municipais, qual ou quais os tipos de estrutura utilizadas, se é hierarquizada, matricial ou mista.
Tão pouco estão claramente definidas quais são as unidades orgânicas nucleares ou flexíveis, quais são as subunidades orgânicas.
Nesta proposta, também não existem claramente definidas quais as necessidades de equipas multidisciplinares nem de equipas de projecto, tal como o disposto no Decreto-lei 305/2009 de 23 de Outubro.
Esta proposta é praticamente igual à estrutura orgânica anterior dos Serviços Municipais em vigor desde 2006 que terá sido feita no espírito do Decreto-lei n.º 116/84 de 6 de Abril, ou seja uma diploma com quase 26 anos.
As diferenças de conteúdo desta proposta assentam na criação de um novo departamento, o de Planeamento e Ordenamento de Território que não tem divisões e na criação de uma nova divisão no Departamento de Obras, a divisão de Empreitadas e Projectos. Verifica-se também um rearranjo no Departamento de Administração Geral, Finanças e Recursos Humanos. Tratando-se de uma mera reestruturação muito dentro do modelo existente não apresentando nenhuma inovação nem aproveitando as potencialidades que a configuração jurídica actual permite.
Por outro lado, o documento é pobre nos seus princípios, transcrevendo partes e apenas isso, da introdução do Decreto-lei nº 305/2009 de 23 de Outubro.
Além do mais apresenta uma estruturação e uma visão ultrapassadas daquilo que deverá ser a organização dos Serviços Municipais.
Esta proposta, revela pouco empenho na sua elaboração e diríamos mesmo pouco conhecimento actualizado, uma vez que até utiliza a mesma frase introdutória que foi utilizada no documento de 2006; manteve praticamente todo o discurso e estrutura do documento antigo, mostrando desta forma falta de dinâmica e de capacidade para modernizar e adequar a estrutura e organização dos Serviços Municipais da Covilhã às novas exigências.
Poder-se-ia assumir que o documento antigo era tão bom que pouco seria necessário alterar, mas sabe-se que esse modelo nem sequer foi concretizado na íntegra, então impõe-se a questão: Para quê repeti-lo?
Assim, considerando que, de acordo com o Decreto-lei 305/2009, no seu artigo 6º, compete à Assembleia Municipal,
a) Aprovar o modelo de estrutura orgânica;
b) Aprovar a estrutura nuclear, definindo as correspondentes unidades orgânicas nucleares;
c) Definir o número máximo de unidades orgânicas flexíveis;
d) Definir o número máximo total de subunidades orgânicas;
e) Definir o número máximo de equipas multidisciplinares, bem como o estatuto remuneratório dos chefes de equipa; e
f) Definir o número máximo de equipas de projecto;
E, uma vez que a proposta apresentada diz respeito apenas às alíneas a) e b) do artigo 6º e, mesmo assim, carecem das definições estipuladas pelo Decreto-lei 305/2009, nomeadamente no seu artigo 4º, ponto 2, que define a Estrutura Interna da organização dos Serviços, ou seja,
a) «Unidades orgânicas» as unidades lideradas por pessoal dirigente; e
b) «Subunidades orgânicas» as unidades lideradas por pessoal com funções de coordenação,

o que, aparentemente, não tem correspondência na actual proposta;
considerando ainda que não se descortina na proposta, desde logo, quais são as unidades orgânicas nucleares ou flexíveis, quais são as subunidades orgânicas;
considerando também que não estão claramente definidas quais as necessidades de equipas multidisciplinares nem de equipas de projecto, tal como o disposto no Decreto-lei 305/2009, para que a Assembleia Municipal possa definir o seu número máximo bem como o estatuto remuneratório dos chefes de equipa;
muito menos se sabe, nesta proposta de reestruturação dos Serviços Municipais, qual ou quais os tipos de estrutura utilizadas, se é hierarquizada, matricial ou mista;
considerando ainda que a proposta deveria ser clara e distinguir quais são as unidades orgânicas nucleares de suporte, operacionais, de assessoria autárquica ou outras;
considerando que a organização dos Serviços Municipais não se poderá esgotar num organograma;
considerando que a proposta ora apresentada não está devidamente justificada nem tem a qualidade formal e de conteúdo que o Concelho da Covilhã deve ter à sua disposição, tal como já acontece noutros municípios,
Propomos que
esta proposta seja retirada da ordem de trabalhos por forma a que a Câmara Municipal possa desenvolver um documento que responda de uma forma moderna e eficaz às necessidades do Município no desempenho das suas competências, maximizando o potencial que o novo regime jurídico permite., ou pelo menos, seja elaborada de acordo com as especificidades exigidas no Decreto-Lei.

Os proponentes: