Ponte do Paul - Uma obra necessária ou a destruição de Património Paulense?
Com a quase conclusão das obras verificamos que a velha ponte do Paul desapareceu.
A nova estrutura (cimento e alcatrão) montada sobre a velha ponte, apesar de se manterem os velhos arcos, alterou a velha e todo o visual e recordações de dezenas de gerações.
A Ponte que foi motivo de fotografias, de desenhos e orgulho de muitos Paulenses desapareceu.
Quem transita ( hoje) na Ponte não diferencia o velho do novo. A nova estrutura não nos dá a dimensão cultural e a perspectiva evolutiva do nosso património e da evolução da nossa terra. É mais uma Ponte que se atravessa sem desencadear qualquer questionamento ou interrogação de quem nos visita.
Sempre tive dúvidas quanto a esta solução. A Câmara Municipal da Covilhã, através do seu Departamento de Urbanismo, no âmbito da elaboração do Plano de Urbanização do Paúl, equacionava uma outra solução, que, infelizmente, pela falta de vontade politica do actual executivo do PSD na Câmara Municipal na implementação daqueles Planos nas Freguesias, não teve continuidade.
E qual era a solução?
Poderíamos transitar melhor com uma nova Ponte, a jusante da actual, com novos acessos, uma nova via ao longo da levada das lages (onde se encontra já a rede de saneamento) interligando arruamentos da Pinha, Lages, Av. Padre José Santiago, Pisão. Enfim, uma outra perspectiva de desenvolvimento da nossa freguesia, uma outra possibilidade de expansão urbana e maior fluidez do trânsito para a zona sul do Concelho.
Ao nosso amigo Paulense João Cunha, a propósito de um seu apontamento na sua página digital,
enviei o seguinte comentário:
Para além dos pequenos defeitos não será necessário equacionar os custos e a prioridade?
Não será de se questionar quanto ao planeamento da obra?
Afinal de contas quando é que se decidiu fazer a obra (249.900 €)? Em 2008 ?
Antes da implantação do passadiço (50.000 €)? Em 2002?
Antes do licenciamento da obra particular (indemnização de 60.000 €)? Em 2008 ?
Será que era a obra prioritária para o Paul neste ano de 2009?
Afinal de contas quem pediu o alargamento da Ponte?
Não sería razoável questionar a população ou a Assembleia de Freguesia quanto às prioridades?
Uma nova ponte e uma nova via não seríam possíveis com os cerca de 400.000€ que se gastaram na destruição de um património Paulense?
Com os 400.000 € gastos não teríamos resolvido o problema do Regadio do Concelho, a ampliação do Cemitério ou a aquisição de terrenos para a implantação de infraestruturas de lazer junto da Ribeira ?
A intervenção na Ponte do Paul (que agora desaparece) é um bom/mau exemplo de obra municipal.
Registo, neste momento; a falta de informação no inicio das obras, a alternativa ao trânsito pelas barrocas, pela mata, pela lama e os acidentes que naquela armadilha foram provocados por uma opção lamentável, incoerente e incompetente.
Recorde-se, ainda, o desperdício de dinheiro municipal (de todos nós) no alcatroamento daquela via (mais de 10.000 €), no passadiço (50.000€) desactivado, no pagamento da indemnização da casa licenciada pela Câmara (60.000 €) e no pagamento da renda da segunda passagem (cerca de 5.000 €). Mais de 100.000 € deitados "ribeira abaixo".
Como é possível! Num Concelho que se encontra endividado em cerca de 90 milhões de Euros (valores divulgados pela maioria PSD na Câmara Municipal) desperdiçar-se, desta forma, o dinheiro que nós todos iremos pagar (ou melhor dizendo, já estamos a pagar na factura de água e em outros impostos municipais).
Esta é, de facto, uma obra demonstrativa da ausência de Planeamento e da má gestão da Câmara Municipal da Covilhã gerida por uma maioria prepotente do PSD, com o aval de uma Junta de Freguesia (PSD) que não tem qualquer perspectiva de futuro para o Paul nem obra própria para mostrar aos Paulenses.
Sobreviver à custa das obras da Câmara não é dificil.
O problema é quando as obras da Câmara só dão problemas e dores de cabeça.
Nas próximas eleições autárquicas é preciso mudar os responsáveis pela Junta e Câmara Municipal.
Continuar em frente "sem tino" e " às cegas" como nos é proposto pelo actual candidato à Câmara pelo PSD e pela actual candidata à Junta de Freguesia, também ela do PSD, mas escondida na capa de independente, é cair num grande precipício e hipotecar, desta forma, o Concelho da Covilhã e a Freguesia do Paul.
Os factos são factos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário