sábado, março 18, 2006

BLOGGERISTAS NO PAUL

Entrou na nossa Vila a febre dos Blogues.

Cobertos pelo anonimato vão criticando uns e insultando outros.

Dizem alguns que é para evitarem retaliações, vinganças, prisões e torturas. Mentira. Após o 25 de Abril de 1974, a livre circulação de ideias e de opiniões estão assegurados na Constituição Portuguesa.

Só se mantêm na clandestinidade aqueles que persistem em ter medo e que não são capazes de assumir, com frontalidade, as suas ideias, o seu posicionamento e comportamento social.

Este tipo de comportamento cria, na sociedade e em qualquer pequena comunidade, a desconfiança.

Contudo, possibilita a alguns, evacuar as suas diarreias pseudo intelectuais e pseudo revolucionárias.

Sou comunista, é verdade. Assumido. Marxista - Leninista, pois claro.

Estalinista, nem tanto.

Respeito todos aqueles que, apesar dos erros, trabalharam e conseguiram vencer Hitler e o Nazismo.

Respeito todos aqueles que lutaram para a construção de uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraternal, ao serviço dos trabalhadores e do povo em geral.

Respeito todos aqueles que, na nossa localidade, o Paul, trabalham, para o bem estar da população, quer o façam numa instituição ou colectividade.

Poderei discordar das suas ideias e das suas acções. E quando discordo faço-o com frontalidade, ao assinar o que escrevo.

Mas, no essencial, teremos que respeitar o seu trabalho e esforço, porque, directa ou indirectamente, todos beneficiamos.

Vamos dar o rosto às nossas ideias.

Não venham com as reindivicações do corpo estudantil, exigindo gomas, batatas fritas e hamburgueres!

Não venham defender a livre circulação e o consumo livre, junto de jovens de 11 e 15 anos, de produtos nocivos para a saude, numa escola que promove hábitos saudaveis.

Vamos fazer um esforço para criar hábitos saudáveis junto da população juvenil e exigir, de forma progressiva e responsável, que tenham uma postura educada junto dos seus colegas e adultos.

Existe um regulamento interno, que cumpre a legislação em vigor, com direitos e deveres para os vários intervenientes na comunidade educativa (alunos, professores, funcionários e encarregados de educação), que deve ser cumprido.

Em qualquer sociedade moderna, as regras protegem, sempre, os mais fracos e mais desprotegidos.

A ausência de regras, de qualquer regulamento, da sua aplicação e da exigência de cumprimento inerente, é o campo, sempre fértil, para a lei do mais forte, do mais "esperto".

Um abraço

Do sempre amigo e solidário

Vitor Reis Silva

21 comentários:

Tio Patinhas disse...
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Vitor Manuel Reis Silva disse...

Neste espaço todos têm opinião.Agradeço a identificação dos mesmos.Vivemos num espaço aberto e de ampla comunicação. O anonimato só serve aos que têm medo de dar a cara porque não querem, com responsabilidade,assumir socialmente, qualquer posição politico-partidária.O Vitor assume e o António também. O priory of sion é cobarde, tem medo ou já fez alguma coisa na vida? Tem medo de dar a cara porquê? Tenha coragem. Assuma as suas ideias e prove na comunidade paulense que sabe fazer mais e melhor do que os outros que insulta.

Tio Patinhas disse...

Em resposta ao Sr. António Sardinha, acerca do comentário feito pelo mesmo no post “Agitação social e liberdade de expressão”. Para que todos percebam “tudo isto” desde o início, têm de visitar o site: http://paulvitorreissilva.blogspot.com/ e ver os comentários feitos por mim e pelo sr. António Sardinha no post denominado por “bloggeristas no paul”.
Em relação ao monárquico/monarca sei o significado de ambos, os dois servem ou servirão para o efeito. Optei por monarca pois é uma palavra cujo seu significado engloba os ideais e a forma de estar de um verdadeiro monárquico, mas ao que parece o Sr. não é, caso contrario não teria feito referencia.
Repare-se na seguinte frase escrita pelo Sr. António: “…e que não respeitam as ideias dos outros ainda que estejam erradas.” Queria referenciar que eu nunca disse nem dei a entender que não respeitava as ideias de outros, posso é não concordar com as mesmas. Não é “respeitam” que está correcto mas sim respeita, já que sou um único individuo. Também me parece bastante sensato da sua parte ao colocar a hipótese de as suas ideias serem erradas, dou-lhe algum valor por isso.
Outro assunto é a questão do Priory of Sion ou Priorado de Sião que o Sr. António Sardinha decidiu aqui comentar, um comentário que têm tudo para eu o considerar completamente ridículo. E porquê? O Sr. nunca teria ouvido falar do Priorado de Sião não fosse eu ter-me denominado dessa forma nos dois comentários que fiz, o que me levou a pensar isto? foi a sucinta, pobre, fraca, minimalista, etc. descrição que o Sr. fez sobre o Priorado de Sião, obviamente de alguém que conhece pouco, muito pouco, mesmo nada diria eu não fosse ter falado, ainda que mal, do assunto, em caso contrario nunca teria simplificado de forma ridícula algo que para se tomar partido de opinião, foi o que o Sr. fez, teria de fazer uma pesquisa complexa de grande escala cronológica, mais precisamente dois mil e tal anos de História, desde o nascimento de Jesus Cristo, uma data só por si difícil de precisar, analisando documentos, testemunhos e evidencias centenárias, muitos destes ainda por descobrir, outros por decifrar e compreender. O que o Sr., e arrisco-me a dize-lo sem qualquer problema, com toda a certeza do mundo obviamente não fez.
Para solidificar a minha teoria decidi fazer uma pequena pesquisa na Internet, imaginando o que o Sr. António Sardinha eventualmente (e só não utilizo a expressão “com toda a certeza”, como o fiz anteriormente, para uns não me acusarem de incorrecto e outros de repetitivo) fez, abri página no site www.google.pt e escrevi: “priorado de Sião”, o primeiro resultado que me apareceu foi o site: http://bmotta.planetaclix.pt/prieure.html que defende o Priorado de Sião como sendo uma mentira. Não fiquei nada surpreendido quando pude verificar que, o que o Sr. comentou, foi exactamente um resumo do que estava escrito de forma sucinta (o próprio autor do site considera sucinto o que escreveu) neste site. Eu aconselho o Sr. e todos os que estiverem interessados no assunto a visitar o site: http://www.geocities.com/elijah11maquedes/monast.html que para além deste assunto, contém assuntos relacionados como os manuscritos do mar morto. Também a leitura do mediático “O Código da Vinci”, onde o autor fala da sociedade secreta e assuntos relacionados, pode ajudar a elucidar. Existem ainda reportagens relacionadas que passam constantemente nos canais: National Geographic, História, Discovery, Odisseia. São aos milhares os livros, filmes e documentários, sobre o Priorado de Sião e assuntos relacionados. Simplesmente é tudo uma questão de interesses pessoais.
Em relação á questão que o Sr. Vítor Reis Silva, o Sr. António Sardinha e outros anónimos, estes últimos de uma forma incompreensível, têm vindo a criticar acerca do anonimato, o meu amigo “Turbatos Umbra” tem uma teoria explicativa sobre esta questão com a qual eu pactuo, não a irei revelar pois sei que essa é sua intenção. Deixo-lhe é o meu incentivo à exposição da mesma, logo que lhe seja possível evidentemente.
Comprimentos.

Vitor Manuel Reis Silva disse...
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Vitor Manuel Reis Silva disse...

Finalmente. O Filipe deu a cara,parabéns FF.Desta forma honras a família,a tua opinião e recebes, se o permites os meus parabéns e felicidades no teu trabalho! Continuo à espera da tua contribuição neste blog.Oportunamente irei apreciar o teu comentário com mais atenção.Xau!

Anônimo disse...

Há, lol…eu vi logo que aquela do FF era para mim…
Pois Sr. Vítor, tenho pena mas não fui eu que fiz o blog Paul-1, nem tão pouco sou o Jack. Não sei como me meteu nisso, mas tudo bem, é como quiser…
E qual é essa da família?? É outra suposição? ok, não lhe fica muito bem mas o problema é seu…
Apesar de considerar as suposições que fez uma criancice, até lhes achei piada...
Não o considero assim tão importante para escrever um artigo denominado “muitos parabéns Estaline”!
O que tinha para lhe dizer já lhe disse frontalmente, por isso não percebo tais suposições…

Obrigado por ter intenções de responder ao meu comment!!!
Fico à espera.
Cumprimentos, Filipe Figueiredo

Anônimo disse...

Olá:
Navegando no mundo virtual, encontrei este blog, no qual li com atenção os artigos publicados , aliás todos eles bem elaborados e bem estruturados, o qual realço a coragem do autor (penso bem identificado), ao divulgar os problemas socias que se vão desenrolando nessa região beirã. Parabéns pela coragem assumida.Um abraço de solidariedade de um ribatejano.
Arnaldo Anacleto

Vitor Manuel Reis Silva disse...

Ao Filipe Figueiredo

Em primeiro lugar quero informar-te que não houve qualquer intenção na minha apreciação. Sempre tive uma elevada consideração pelos teus pais e pela tua restante família.

Quanto ao teu comentário:

1- A questão da ética - O blog é do cidadão Vitor Reis Silva que tem uma participação política na comunidade (membro da Assembleia Municipal, e Assembleia de Freguesia) e que tem uma vida profissional.São a mesma pessoa, com a formação profissional e cívica, com funções e papéis diferentes no dia a dia,é certo,mas transportando e aplicando os seus valores e princípios. As pessoas são assim e apresentam-se na sua totalidade e não pela soma das partes ou dos papéis sociais que desenvolvem.
2- Greve Ilegal? Desde quando?
Onde está escrito que os alunos do ensino não superior podem manifestar-se ou fazer greve? Onde está escrito que não podem? O estatuto do aluno do ensino não superior nada refere quanto ao direito de manifestação ou de greve.Será pelo facto dos alunos daquele nível de ensino serem menores de 18 anos? Contudo, sabemos, que a nível nacional, os alunos do ensino básico e secundário manifestam-se e fazem greves,pela educação sexual, por melhores condições de ensino e aprendizagem,contra os exames nacionais e contra as aulas de substituição,serão todas ilegais?
talvez.Mas fazem-nas, e eu respeito e acho justo o seu protesto.Também o 25 de Abril de 1974 foi um movimento militar e de massas populares sem autorização do poder estabelecido. terá sido ilegal? Talvez. Mas foi socialmente útil e justo na sua essência e valores que transportou.
3- Aulas de substituição - No tempo em que o Filipe era Presidente da Associação foram implementadas aquelas aulas por iniciativa, e só, do órgão de gestão que tinha a composição que referiu.O Ministério da Educação, na época,referia, tão só, que alguns horários de docentes poderíam ser completados com substituição de docentes, não tinha o carácter obrigatório.Em 2005-2006, o Ministério da Educação determinou, mandou,que as escolas DEVERIAM organizar um plano global de ocupação dos alunos em actividades educativas por ausência de um docente.E, a agravar a situação, mandou num período em que o ano já estava em fase adiantada da sua organização.
As escolas e os professores (enquanto agentes afectos ao Ministério da Educação) cumpriram
porque a isso são obrigados.Muitos professores e membros de órgãos de gestão concordam com as aulas de substituição mas discordam do actual
modelo.Já em Fevereiro de 2006 apareceram vários estudos sobre aulas de substituição e vários modelos quanto à sua aplicação.Eu, pessoalmente,defendo que as aulas de substituição são uma ideia positiva mas que têm que ter um outro tipo de funcionamento e de organização.Não defendo que cada aluno, queira, individualmente,ou em grupo,escolher uma actividade em diferentes espaços da escola.Sería, como é evidente, de difícil acompanhamento pelo docente em substituição. Defendo que a turma possa escolher a actividade educativa e desenvolvê-la com a ajuda do professor enquanto adulto e detentor de uma determinada área do saber.Já assisti a aulas de substituição em que os alunos propuseram o jogo do lenço e o professor acompanhou.É evidente que sendo eu da área do desporto reconheço naquele jogo tradicional infantil um elevado valor educativo.
Os alunos e os professores, em actividade lectiva e em substituição, podem utilizar qualquer espaço, se estiver disponível ou se foi requisitado atempadamente.Os alunos na sua actividade informal têm todo o espaço da escola, a sala de convivio e a biblioteca (abertos das 9H às 16H sem qualquer período de encerramento)que podem e devem utilizar, cumprindo, como é evidente e razoável,numa comunidade de jovens e adultos, as regras e normas de funcionamento.O Regulamento Interno do Agrupamento (que inclui a EB do 2º e 3º Ciclos) foi elaborado,apreciado e discutido pelos professores,funcionários, pais e encarregados de educação e alunos. A cada grupo foi distribuído o projecto e recolheram-se os diversos contributos. Uns deram mais do que outros.Uns fizeram discussão mais alargada outros nem tanto.O documento final foi aprovado em Conselho Pedagógico e Assembleia de Escola.É o nosso documento orientador que não teve qualquer voto contra. Participou quem quiz participar e quem, por formação, participa com regularidade.Não é uma biblia.É um documento que pode e deve ser alterado pela legislação recente e prática de funcionamento da organização.
Espero ter dado, com este comentário,um contributo, para uma melhor apreciação das coisas,dos factos e da realidade por parte do Filipe.
Um abraço!

Anônimo disse...

“Defendo que a turma possa escolher a actividade educativa e desenvolvê-la com a ajuda do professor enquanto adulto e detentor de uma determinada área do saber.” Será que é isso que acontece em todas as aulas de substituição? Tenho que lhe dizer que no seu comentário “3 - Aulas de substituição” não me disse nada de novo. No resto, concordo com tudo o que disse. Obrigado pela resposta, foi suficientemente elucidativa!

Filipe Figueiredo

Anônimo disse...

Professor Vítor Reis Silva
Antes de mais deixe-me felicitar a sua ousadia e astúcia, como sempre lhe foi característico.
Gostaria de lhe transmitir toda a confiança no seu trabalho no que a educar crianças diz respeito, pois a escola como muito bem diz é um local para educar, e como tal a educação de bons vícios alimentares
é de salutar.
Em todo o caso penso que poderia aproveitar a lacuna existente na nossa freguesia ao nível da formação desportiva, aproveitando o trabalho realizado no desporto escolar, para lançar as equipas escolar, nos quadros competitivos regionais, provocando assim nas crianças um maior espírito escolar, visto constatarem ser a única instituição local que lhe proporciona algo de motivante (não quero excluir outras associações de carácter não desportivo)
Tenho dito
Forte abraço a todos os paulenses e não só.

Reis Silva disse...

Nem sempre se pode dizer mal da nossa terra. apesar de não ser filho da terra, posso considerar-me neto da terra. Como tal exponho aqui, um elogio aos bons costumes paulenses....através do jornalista José Domingos,da Agência Lusa.


Paul, no concelho da Covilhã
Terra de folclore, tradições e cantares

Quando alguns dizem que a música popular tida por folclórica está em declínio nas comunidades locais, um punhado de homens e mulheres desafia a idade e teima em preservar o património musical de Paul, do concelho da Covilhã.

E isto porque a freguesia do Paul é tida como uma das principais fontes da música popular portuguesa.

Este, pelo menos, era o entendimento dos falecidos músicos Michel Giaccometti e Fernando Lopes Graça que deambularam por esta terra implantada no sopé da Serra da Estrela, banhada pela ribeira do Caia, que inspirou modas, cantigas e formas de ser das gentes.

Paul é a terra-berço da canção "Milho Verde, Milho Verde", imortalizada pelo português Zeca Afonso e pela brasileira Gal Costa, e tradicionalmente também da "Farrapeira", a figura de uma mulher de condição humilde, presumivelmente nascida nesta freguesia, que percorria as serranias em busca de farrapos para "ourelos" destinados ao fabrico das mantas que ocupavam outrora dezenas de teares.

"Há para aí farrapos, peles de coelho!". Talvez este fosse o pregão que a Farrapeira do Paul entoava nas ruas e vielas das aldeias, vilas e cidades da Serra da Estrela.

Mas afinal, a Farrapeira é cantada em Gouveia, mas também pelas bandas da Guarda e Silvares (Fundão).

Os paulenses reclamam, no entanto, ser sua e cantam:

"Encontrei a farrapeira / com seu lencinho azul / Oh meu bem, com o seu lencinho azul / Farrapeira foi nascida / na aldeia do Paul".

É um canto ritmado, ao som dos adufes, dançado rastejando, melhor dizendo, "zorrando" os pés no tablado ou no terreiro, que lhe dá um sentido de caminhada assaz fatigada, como seria a da tal farrapeira pelas veredas serranas.

Apenas um tear funciona ainda no Paul, pertença de José Alves Gaspar, numa terra onde terão existido mais de uma centena. Os tecelões faziam cobertas, mas também os cobertores de "mengo", mais finos, que "se chegavam ao corpo em tempo frio", segundo recorda Zita Geraldes.

O "mengo", também conhecido por "murraça", era o cheiro típico desses cobertores de antanho, geralmente confeccionados com os restos que sobravam das lãs das fábricas da Covilhã e Tortosendo.

Prazeres Geraldes, adufeira e cantadeira, recorda esses cobertores de lã grossa, "churra", que picavam no corpo se não fossem tratados numa "barrela de água quente e sal e potassa para tirar mais o cheiro e que os amaciavam".

Certamente que foram esses artesãos que inspiraram a canção, dolente e sentida, que o povo do Paul registou ao cantar: "A tecedeira briosa / tem um tear e não tece / ou ela anda de amores / ou o tear lhe aborrece".

Zita Geraldes evoca também a tradição do linho que outrora era muito semeado e, naturalmente, trabalhado na freguesia, mas que acabou por ser uma cultura abandonada.

Porém, as modas tradicionais locais registaram essa actividade ao ser cantado: "Noites de Verão / Noites de tanta alegria / Enquanto as moças fazem renda / As velhas na roca fiam".

O folclore do Paul inspirou-se em muito na Serra da Estrela que lhe fica sobranceira e na tradicional actividade pastoril, que ainda subsiste, se bem que a custo: "Eu fui à Serra da Estrela / fazer um queijo à neve / mais vale a solteira triste / que a casada bem alegre" ou então "Nossa terra é o Paul / Lá temos o nosso lar / Somos da Serra da Estrela / A nossa terra é um altar".

Mas a comunidade do Paul é ainda essencialmente agrícola, intimamente ligada às levadas, riachos e à ribeira do Caia que rega os terrenos verdejantes durante todo o ano, mas que adquirem uma coloração singular quando semeados pelos milheirais, umas das principais produções locais.

Prazeres e Zita Geraldes, com os seus sessenta e tal anos (nunca se diz a idade de uma senhora), são do tempo em que o milho era um dos principais alimentos das gentes, reduzido a farinha nos dez moinhos movidos a água de que apenas resta um.

O forno comunitário cozia a broa, mas também a "trigamilha", uma mistura de três partes de trigo e uma de milho. Era o pão de todos os dias. Nas festas comia-se o trigo, o "pão fino" dado também aos doentes. Dizia-se a este propósito: "está tão doente que já está a trigo".

Os milheirais do Paul inspiraram o povo que na sua labuta compôs uma das mais belas canções do folclore português: "Milho Verde, Milho Verde / Ai Milho Verde, Milho Verde / Milho Verde Folha Larga / À Sombra do Milho Verde, Ai à Sombra do Milho Verde / Namorei uma Casada".

A música tradicional do Paul baseia-se na caixa, no bombo e no adufe, tangido com agilidade por novos e menos jovens com impressionante naturalidade, bailando nas mãos acompanhando os batimentos como se de rito religioso se tratasse.

Uma das mãos segura aquele "descendente" do pandeiro árabe, enquanto a outra, a "bailarina", no dizer de Prazeres Geraldes, marca o ritmar do toque.

Não há festa no Paul que não meta os bombos, os "zabumbas", confeccionados pelo tal tecelão José Alves Gaspar que também sabe desta arte. Os homens da terra percorrem as ruas e praças, visitam as casas, os cafés, as lojas das pessoas e, diga-se que com alguma galhardia, fazem jus aos seus dotes de tocadores erguendo os bombos ao alto, como que numa oferta aos céus ou a uma quaisquer amada.

Apenas um pífaro ou flauta acompanham este tipo de som selvagem, guerreiro.

E entoam então: "Eu bem te dizia / Eu bem te dizia / Se não me amasses / Eu logo morria".

Foi para preservar estas canções e modas de antanho, os gestos e as danças que nasceu, em 1992, o Grupo de Danças e Cantares da Casa do Povo do Paul, onde foi apenas integrado em 1 de Junho de 1997.

Prazeres Geraldes explica que o grupo nasceu da "vontade de um conjunto de pessoas já no Outono das suas vidas, que queriam ocupar os tempos livres cantando e dançando as modas do folclore local e da região".

São 34 elementos, o mais idoso com 78 anos e o mais novo com 10 anos, que têm como instrumentos musicais os adufes, bombos, reco-reco, harmónica de beiços, acordeão, ferrinhos, pandeiretas mas também coisas simples como pedrinhas da ribeira e pinhas.

O repertório é constituído por 45 danças e 110 canções recolhidas durante anos rebuscando nas memórias dos mais idosos quadros de trabalho, canções e muitos dos elementos que hoje fazem parte do património etnográfico local e do país.

Vitor Manuel Reis Silva disse...

Para o Matias
Cumprimentos e saudações
Um grande abraço.

carlospuebla disse...

O que anda por aí !

Chegou a febre da justiça, da denúncia fácil e anónima,contudo,em vez da procura da verdade dos factos e dos acontecementos, fala-se partindo de pressupostos errados e de preconceitos arreigados ao longo dos anos na mente de alguns. Fala-se e dizem-se asneiras como de verdades absolutas se tratassem.Seguindo a escola do sofismo, da demagogia e do populismo fácil elegem o supérfulo como questão fundamental e primeira da vida dos jovens e das populações. Ignoram a vida e a experiência vivida. Para eles o que é preciso é experimentar, mesmo sabendo,que o resultado se traduz em desastre. Porém, para muitos deles, não é o produto que interessa mas sim únicamente a experiência pela experiência. Já no final do século XIX um filósofo, bem actual, afirmava que não basta interpretar a realidade é necessário transforma-la. Não podemos ficar pela simples constatação das coisas, pela sua análise superficial.Se queremos por a nú factos que nos parecem injustos devemos, com a máxima profundidade, analizá-los, recolher informação,reflectir sobre a mesma e procurar concluir pela justeza ou não do facto. Se se concluir pela injustiça vamos para a denuncia e intervenção social. Li no blog paul.city (porquê city?) posts que abordam temas sem conteúdo e sem qualquer bom senso. A direcção da escola tem toda a razão. Se a escola não vende gomas e outros tipos de comida rápida é porque não deseja que os seus alunos sejam consumidores desse tipo de alimentação no espaço escolar. Mas, o problema é que não se depende só do querer ou não querer da direcção da escola também esta depende, e muito, das orientações do Ministério da Educação. A escola não permite a consulta de blogs e de chats nos computadores disponíveis no espaço escolar? Muito bem! O equipamento informático existe na escola para trabalho académico, como instrumento de aprendizagem, consulta de bibliografia, pesquiza temática, jogos educativos e deverá estar sempre disponível para os alunos que querem trabalhar, de acordo com um regulamento de funcionamento que concerteza deve existir. Quem quer chats e blogs que os consulte em casa, no seu computador ou no computador do amigo do lado. Aqui estão dois exemplos de temas que para mim não têm qualquer discussão.Gomas,chats e blogs, pizas, hamburgeres, cigarros, alcool, vandalismo,má educação,agressões e etc, não devem constar no cardápio escolar. Podemos discutir tudo. Contudo, existem coisas que já foram discutidas e aceites por todos nós com bom senso.
Quem tem acesso ao blogger e pode fazer postagem deverá cuidar da linguagem e ter o cuidado e a preocupação para, também aqui, se melhorar o dominio da nossa lingua a par,como é evidente,do conhecimento profundo dos temas a abordar, evitando-se mandar "simples papaias para o ar". Vamos a isto?

Visitem o www.vila-do-paul.blogspot.com

posted by carlospuebla @ 11:25 AM 0 comments

Vitor Manuel Reis Silva disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

uma ex-aluna da escola do paul(cujo eu tenho muitas saudades)

Caro professor vitor, eu nunca pensei a vir a ver um blog fieto por si, sim senhor, parabens!!

mas nao me convence muito com os seus discursos, alias kuando eu andava na escola do paul voce nunca me convenceu kom os seus discursos!
mas bom, nem tudo é como nos keremos nao é!!

comprimentos de uma ex-aluna!!
lisa pereira!!!!!

Vitor Manuel Reis Silva disse...

Lisa Pereira

Os meus cumprimentos.Escreve sempre! Podes dizer que não concordas mas avança com mais alguma coisa. Se eu não te convenço avança com o contraditório.Talvez eu venha a concordar contigo.
Ainda estudas?
Onde estás?
Manda noticias boas.
Um abraço!

Anônimo disse...

bom nao sei se o store vitor se lembra de mim,"desta lisa pereira" ke afinal é elisabete mas eu abreviei o nome, mas vou pensar no assunto sobre esse contraditorio!!
eu estudo, tou muito longe de portugal, tou a tirar um curso de informatica!!!
comprimentos et abraços da ex-aluna!!!
ja agora como é ke vai p pessoal da escola do paul? ja tenho saudades dessa escola!!

Vitor Manuel Reis Silva disse...

Queres saber noticias de quê? ou de quem?

Em que ano deixaste a escola do Paul?

Anônimo disse...

eu kero saber todas noticias da minha kerida escola!! se nao for abusadora!!
eu deixei a escola do paul em 2003! ja vai fazer precisamente 3 anos ke nao vou a casegas et ao paul et ke tou fora de portugal, tou em terras do grande ducado de luxembourg!!

um abraço da lisa!!
bisous !!!!!!!!

Vitor Manuel Reis Silva disse...

Para teres notícias da Escola/Agrupamento podes entrar em www.anossaescola.com e procurares Paul.

Anônimo disse...

obrigado store!!!
ja agora nao se lembra de mim pois nao?
eu andava a chatea-lo tanto nakele tempo em ke andava na escola!!

um abraço da ex-aluna!!
lisa pereira!!!!(mais conhecida por beta et agora ely....lol)

xau et ate a proxima resposta sua!!